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A atratividade da carreira docente
Francisca Romana Giacometti Paris
08/02/2011 | 07:38
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O Ministério da Educação apresentou projeto estabelecendo objetivos da Educação para a próxima década (2011-2020). O texto traz várias metas que pretendem alterar a realidade das escolas no sentido de qualificar o atendimento, principalmente no Ensino Básico. Todas as metas poderão ser atingidas desde que haja políticas públicas consistentes, continuidade dessas políticas e investimento na formação e valorização do quadro de professores.

O objetivo de assegurar a todas as crianças e jovens o Ensino Básico e permitir que cada um conclua o processo de escolarização básica podem continuar sacrificando a qualidade em função da quantidade.

Todavia, sabemos que a realidade da escola poderá ser mudada se, sobretudo, as metas propostas estiverem apoiadas na confiança, na ação e no empenho dos professores. Isso significa que, se os professores não acreditarem na força e seriedade das políticas educacionais e não as efetivarem no contexto das escolas, o Plano Nacional de Educação será apenas mais um plano bem-intencionado, porém ineficaz. Deve existir projeto social e político que aponte, por meio de ações concretas, o desejo de se transformarem significativamente as metodologias e conceitos que hoje determinam os fazeres escolares.

Ninguém ignora que é a intervenção pedagógica adequada dos educadores que faz quase toda a diferença na escola. Todos defendem que a atividade docente está cada vez mais complexa e exigente; no entanto, também é consensual a ideia de que a carreira docente com estatuto social decadente, formação fragilizada e remuneração baixa não atrai à profissão estudantes mais qualificados nem anima os melhores profissionais a manter-se nas escolas públicas.

É preciso que os jovens sejam motivados a serem professores e encontrem incentivos e sentido no magistério. Profissão que não atrai os ‘bons' com certeza será ocupada por aqueles que, do ponto de vista profissional, não tiveram opções melhores. Para inverter o ‘desprestígio' da carreira de professor é imperativo que se efetivem medidas claras de formação continuada dos docentes e, ao mesmo tempo, se definam com clareza novas condições para o exercício da profissão. O PNE 2011-2020 aparece em hora propícia e deseja o desenho de novo projeto social para a escola pública. Todavia, o primeiro e mais importante passo para tal empreitada é devolver a decência à docência.

 

Francisca Romana Giacometti Paris é pedagoga e mestre em Educação.




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