Desabafo. Foi esse o tom com o qual o goleiro Gustavo se expressou após o jogo entre as seleções Paulista e Carioca, na quarta-feira, no Estádio Anacleto Campanella. Considerado o quarto goleiro do Santo André na infeliz campanha que terminou com o rebaixamento do clube à Série C do Brasileiro, o atleta foi convidado para vestir a camisa 1 da equipe bandeirante ao lado de Neymar, Bruno César, Dentinho e outros. E mostrando segurança, técnica e reflexo, foi protagonista de grande defesa no segundo tempo da partida, após chute de Carlos Alberto (Vasco). Em elástica ponte aérea, fez linda intervenção e salvou o empate dos cariocas.

"Para quem acha, ou achava, que só estava no Santo André ou no futebol por ser filho dele, está aí a prova!", desabafou o goleiro logo após a partida. ‘Ele' a quem Gustavo se refere é Luiz Carlos Ferreira, ex-treinador do Santo André. Bastante feliz com a atuação, não esqueceu daqueles que o ajudam e incentivam todos os dias. "Fruto do trabalho com o Leandro (Maciel, preparador de goleiros do Santo André), com o Neneca, Júlio César e William. Estou há 20 dias sem jogar, mas como o trabalho é benfeito, o resultado aparece."

Quando chegou de volta ao Ramalhão, em julho, foi de forma simples, sem pompa, quase desapercebido. Com outros três grandes goleiros ao lado, ficou sem espaço. Mesmo assim, sente-se na obrigação de ajudar o time a reconquistar seu espaço na Segunda Divisão nacional. "O rebaixamento foi uma fatalidade e agora só saio do Santo André quando voltar à Série B ou quando quiserem."

Antes de pensar na Série C, porém, Gustavo chama atenção para o que vem antes. "Temos primeiro o Paulista pela frente, somos os atuais campeões morais e só pode pensar na Série C depois de fazer um papel no mínimo digno no Estadual", afirmou.

Campeão da Copa do Brasil de 2004 pelo clube (era reserva de Júlio César e Júnior Costa), está feliz em poder novamente vestir a camisa que lhe traz tantas recordações. "Sou muito agradecido ao clube, à diretoria e ao Sérgio Soares, que me trouxeram de volta ao clube que me sinto tão bem, no qual conquistei o maior título da minha carreira. Não sou nascido em Santo André (é natural de Uberlândia-MG), mas me considero andreense."