O Inter-RS conheceu ontem o rival da estreia no Mundial de Clubes da Fifa. Os africanos do Mazembe surpreenderam os favoritos mexicanos do Pachuca, em Abu Dhabi, para se oferecer como respeitáveis sparrings dos brasileiros na terça-feira, às 14h de Brasília.
Aos 21 minutos do primeiro tempo, Mbenza definiu o 1 a 0 ao ajeitar entre os beques e concluir o passe de Kabangu.
É o segundo ano consecutivo em que o Mazembe participa do Mundial. Na edição anterior, a equipe do Congo não passou do sexto lugar.
O Pachuca demonstrou mais força do que os adversários, principalmente nas inversões do meia Manso, que levou perigo diversas vezes. Só que o Mazembe soube usar os contragolpes para chegar à justa classificação.
NA PLATEIA
O elenco colorado esteve ontem no Estádio Mohammad Bin Zayed para observar o inimigo da largada no Mundial. Se tem uma defesa frágil, que a todo momento parecia permitir o empate, o ataque do Mazembe conseguiu criar muitos instantes de perigo. O sistema ofensivo é baseado na velocidade ou mesmo nos frequentes contragolpes, especialmente do meio à frente.
O Mazembe exagerou nas faltas cometidas para brecar o Pachuca. Foram 23 ao todo contra apenas dez dos mexicanos. Os quatro cartões amarelos e a expulsão de Sunzu (no finzinho do jogo)mostraram que o Inter deve se proteger nas divididas.
Na arquibancada, os colorados também terão outra barreira - os barulhentos torcedores do atual bicampeão africano, que cantaram e tocaram diversos instrumentos durante os 90 minutos, sem parar um segundo sequer. O clima de muita festa também pode ser constatado no meio do gramado.
No apito final, uma dança esquisita marcou a irreverência do goleiro Kidiaba. Sentado no chão da grande área, ele começou a quicar. A mania pegou depressa e outro companheiro dele se juntou ao ritmo exótico, que durou pelo menos 30 segundos.
O mesmo Kidiaba resumiu em um dos últimos lances o espírito que tomou conta do time. Ele colou no peito bola perigosa, que quase todos os goleiros do mundo colocariam logo para fora. Roth ficou em silêncio, mas já tinha informações sobre o Mazembe.
Celso Roth dita o pesado ritmo da estreia
Aos gritos, Celso Roth comandou o primeiro treino do Internacional, ontem à tarde, em Abu Dhabi, cenário do Mundial de Clubes da Fifa. O técnico gesticulou muito e procurou cobrar ao máximo o grupo. Tanta seriedade refletiu-se nos lances ríspidos e nas pegadas que podem caracterizar o perfil do time na estreia.
Isso não impediu, porém, que Roth fosse obrigado a improvisar o goleiro Pato Abbondanzieri na lateral e o árabe Sultan (emprestado pelo Al-Jazira, de Abel Braga) para completar o elenco do acirrado treinamento. Alecsandro marcou os dois gols dos titulares.
Sem que pudesse inscrever Sorondo e Rodrigo, o Inter levou um jogador a menos. Sultan, 19 anos, recorreu a um tradutor para comentar que estava orgulhoso de participar do coletivo. Inicialmente tímido, ele soltou-se aos poucos. Até arriscou alguns chutes a gol.
Nas imediações do campo, ouvia-se a sagrada música dos muçulmanos em uma das mesquitas.
Árabes e sul-coreanos brigam na rodada
Os árabes do Al Wahda enfrentam os coreanos do Seongnam, às 14h de hoje (horário de Brasília, com transmissão do SporTV), em Abu Dhabi, na briga de ambos para avançar no Mundial de Clubes da Fifa. A vitória sobre o Hekari United (3 a 0) fortaleceu a confiança dos campeões dos Emirados Árabes, que apostam na experiência dos brasileiros Magrão, Hugo e Fernando Baiano. Já os adversários entram em campo bem credenciados pelo título asiático.
Apesar de tudo, os anfitriões procuram conter a euforia da estreia. Aparentemente, o sonho é realista: terminar o torneio entre os melhores colocados, nada mais. Quem passar neste duelo irá encarar a poderosa Inter de Milão na próxima fase. O austríaco Josef Hickersberger, comandante do Al Wahda, investe no alto-astral de uma das zebras. "É só manter o equilíbrio", sugeriu.
Há quem diga, porém, que os coreanos estão em boas condições técnicas de seguir na luta. Bastaria ver o desempenho do Seongnam na Copa dos Campeões da Ásia. Além disso, a equipe mantém vários jogadores na seleção nacional. No ano passado, os visitantes conseguiram terminar o Mundial em terceiro lugar na tabela. A idade média dos atletas é de 25 anos e 5 meses.
Os mais rodados no Al Wahda atingem a faixa dos considerados veteranos: Fernando Baiano (31), Hugo (30) e Abdulraheem Jumaa (31). A imprensa local destaca o interessante confronto de gerações. "O mais importante era passarmos pelo primeiro desafio. Conseguimos e comemoramos. É preciso deixar a euforia de lado e manter a concentração máxima", recomendou Magrão, que torce pelo Inter, mas nem tanto. Segundo ele, depende. "Se a gente se encontrar na finalíssima, darei a minha vida pelo título". Enquanto isso, Fernando Baiano espanta o clima do já ganhou às vésperas de outra batalha.
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