Entusiasmado com a eleição de Dilma Rousseff à Presidência, o PT regional articula agora concentrar as energias para promover ato político de boas-vindas no dia 1 ou 2 de janeiro no Grande ABC ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que garantiu que voltará a morar e militar na região a partir de 2011.

O coordenador da Macro PT ABC, Humberto Tobé, revelou encontro junto ao diretório estadual para consolidar a iniciativa. "Estamos trabalhando há dez dias para tratar da recepção do Lula. Boas-vindas mesmo. A intenção é formatar plenária aberta, espécie de carreata com destino ao Paço Municipal de São Bernardo ou à Praça da Igreja Matriz. O retorno dele tem um simbolismo muito forte."

Em reunião ontem, as lideranças da legenda criaram comissão para organizar os detalhes da agenda, que será definida na segunda-feira. "O Grande ABC é o berço do PT e do sindicalismo. Sempre sonhamos em alçar um trabalhador no poder. Em 2002 conquistamos esta aspiração e, após oito anos, o Lula deixa a gestão com aprovação de mais de 80%. A proposta mostraria o reconhecimento a esta liderança que ajudou a mudar a história do Brasil."

O deputado federal reeleito Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), amigo pessoal de Lula, avalia que seria um belo gesto de mobilização. "Nós desejamos fazer essa amostra de retribuição, pois ele trabalhou diretamente, inclusive, pelo progresso da região."

Tobé argumenta ainda que, apesar de os eventuais candidatos do PT às eleições municipais de 2012 terem a incumbência de mostrar propostas concretas, Lula poderá dar a parcela de contribuição. A recém-nomeada ministra do Planejamento do governo Dilma, Miriam Belchior é cotada ao Paço de Santo André pela legenda. "O grande cabo eleitoral da Miriam é a história política, a competência administrativa e programa de governo. Mas é claro que a presença aqui de um presidente ativo na região terá um diferencial, que pode ser decisivo."

Apesar das intenções partidárias, Lula tem dito aos quatro cantos que pretende descansar por um período depois de entregar a faixa de chefe da Nação à correligionária.