Dois dos sete grupos que compõem o setor da metalurgia em Santo André e Mauá não apresentaram contrapropostas às cláusulas econômicas e sociais presentes na pauta da campanha salarial deste ano, em reunião realizada ontem, com a Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo.

Como os demais setores apresentaram reajuste salarial de 9%, o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá decidiu convocar assembleia, amanhã, para definir sobre o ato grevista. "Pensávamos em paralisar as produções dentro das fábricas a partir de hoje, mas, como é uma decisão dos trabalhadores, achamos melhor convocar os 24 mil funcionários presentes nas duas cidades, para expor as propostas que foram feitas e, em conjunto, decidir sobre a greve dos companheiros dos outros dois grupos", diz o presidente da entidade sindical Cícero Firmino, o Martinha.

Segundo ele, a ideia é interromper as atividades a partir de sexta-feira e manter a paralisação geral durante toda a próxima semana. "Os grupos que não negociaram (G-10 e Sindimotor) são difíceis para firmarem acordo. Todos os anos é a mesma coisa."

A assembleia de amanhã será realizada na sede do sindicato, no Centro de Santo André (Rua Dona Gertrudes de Lima, 202), às 18h.

Além do aumento salarial, a categoria pede piso salarial de R$ 2.050 para todos os funcionários. A data-base dos metalúrgicos dos dois municípios é em 1º de novembro.

GRUPOS - Os 24 mil metalúrgicos de Santo André e Mauá estão divididos em grupos. Cada um é representado por um setor e um sindicato patronal, com quem são feitas as negociações. São eles: G-19-3 (autopeças, forjaria, parafusos), G-10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico), G-2 (máquinas e eletrônicos), Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), Sindimotor (Sindicato das Empresas da Reparação e Retificação de Motores), fundição e Sindifup (funilaria e pintura).