Após sete meses inalterada, Copom aumenta Selic para 7,5% ao ano
Após permanecer inalterada em 7,25% ao ano durante sete meses, a taxa básica de juros, a Selic, foi reajustada em 0,25 ponto percentual, para 7,5%. Em reunião ontem à noite, seis integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) votaram a favor da elevação da taxa, contra dois, que optaram pela manutenção.
Esta é a primeira vez em um ano e nove meses que o governo eleva a Selic. Em julho de 2011 a taxa havia subido de 12,25% para 12,5% ao ano. A partir de então, ela começou a ser reduzida até atingir 7,25% em outubro de 2012.
"O comitê avalia que o nível elevado da inflação e a dispersão de aumentos de preços, entre outros fatores, contribuem para que a inflação mostre resistência e ensejam uma resposta da política monetária. Por outro lado, pondera que incertezas internas e, principalmente, externas cercam o cenário prospectivo para a inflação e recomendam que a política monetária seja administrada com cautela", diz nota do BC.
Na avaliação do professor de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e do Instituto Mauá de Tecnologia Francisco Funcia, a decisão vai na contramão das medidas que o governo vem tomando para aquecer a economia e pode, inclusive, atrapalhar o processo de retomada da criação de emprego.
A opinião é compartilhada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), para a qual o aumento dos juros é extremamente prejudicial ao setor. Para a entidade, o novo ciclo de alta irá afetar a confiança do empresário e comprometer os investimentos.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, diz que, ao contrário da pregação dos rentistas (que vivem de especulação financeira), os trabalhadores consideram fundamental que o Copom continue perseguindo a meta de fazer a taxa de juros brasileira convergir com a praticada internacionalmente, o que exige cortes na taxa Selic, e não aumento.
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