Política Titulo CÂMARA
São Bernardo tem sessão atípica

Plenária relâmpago não teve discussão de projetos e falas sobre eleição

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
04/11/2010 | 07:16
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É uma das maiores cidades do Estado, respira política e foi palco de importantes manifestações sindicais e a favor da redemocratização do País. Mas esses fatores foram insuficientes para que a sessão de ontem da Câmara de São Bernardo, a primeira após a vitória de Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial, fosse produtiva ou movimentada.


Não se falou da votação de domingo, em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), morador e radicado no município, fez sua sucessora a primeira mulher a comandar o País. Nenhuma citação sobre o acalorado processo eleitoral, no qual houve troca de farpas entre petistas e tucanos.


Os parlamentares poderiam entrar no mérito da eleição nas considerações iniciais, o que não ocorreu. Discussão sobre projetos também não aconteceram na plenária. Das três matérias da ordem do dia, duas foram adiadas e uma foi aprovada: a cessão do espaço do Legislativo para que técnicos da Prefeitura realizem na terça-feira, a partir das 9h, audiência pública de explicação do Orçamento 2011, que tramita na Casa e deve ser votado nas próximas semanas.


Os dois adiamentos foram da própria peça orçamentária, por uma sessão, e de projeto que regulamenta a atividade de motoboys na cidade, por três sessões. Este último envolto à polêmica sobre a viabilidade de aplicação de multas e aquisição de equipamentos de segurança por parte dos condutores de motocicletas.


Ainda não há consenso nem mesmo na base aliada do governo Luiz Marinho (PT) sobre a propositura. Mas nem por isso houve discussão na tribuna. A alternativa dos vereadores foi pedir para que o projeto volte somente no fim do mês para a pauta.


As prorrogações e a aprovação do espaço do Legislativo foram decididas em sessão atípica, iniciada às 9h e encerrada às 10h30. Normalmente, as plenárias vão até às 13h e em muitas oportunidades adentram às tardes de quarta-feira.

Para o vereador Paulo Dias (PT), a Câmara não é o fórum adequado para as manifestações sobre resultados eleitorais, mesmo havendo período adequado para isso na sessão. "A autonomia da Câmara tem de ser respeitada. Já fizemos um ato no domingo, após a apuração dos votos, e faremos outra comemoração pública, que está sendo organizada pelo partido."


O líder da oposição, Ary de Oliveira (PSB), também considerou normal a produtividade e a ausência de pronunciamentos sobre a eleição. "Quando o orçamento é adiado a sessão pode ser encerrada. E as congratulações por vitórias nas urnas podem ser feitas, mas não são necessárias. Quando o (Geraldo) Alckmin (PSDB venceu (a disputa ao governo paulista) também não houve citações."




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