Política Titulo Meio ambiente
Dilma segue atrás dos votos verdes
07/10/2010 | 08:58
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A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, já afirmou a interlocutores que vai incorporar, no segundo turno, discussões de pelo menos três grandes temas ambientais com intuito de atrair eleitores que votaram em Marina Silva (PV) no primeiro turno.

Os assuntos que passam a ter destaque nesta segunda fase da campanha são redução do desmatamento da Amazônia, aprovação do marco regulatório de resíduos sólidos e os compromissos do governo federal com a redução da emissão de gases do efeito estufa feitos na Conferência de Copenhague, em 2009. Aliados de Dilma já discutiram nos últimos dias a necessidade de incorporar com mais ênfase uma agenda ambiental não apenas no discurso, mas nas propostas que a petista defenderá.

No entendimento de Dilma, segundo aliados, essas três ações podem ser apontadas como políticas ambientais bem sucedidas implementadas no governo Lula que contribuem para o desenvolvimento sustentável.

O marco regulatório para resíduos sólidos foi aprovado em julho após 19 anos de tramitação no Congresso Nacional. A nova lei distingue resíduo (lixo reciclável) de rejeito (passível de reaproveitamento). Empresários e governantes passam a ter responsabilidades claras sobre o tratamento de resíduos.

Evangélicos - O Fórum Político Evangélico do Espírito Santo e a APEGV (Associação dos Pastores Evangélicos da Grande Vitória), anunciaram que vão fazer campanha contra a candidata petista, Dilma Roussef, no Espírito Santo. Ontem, estima-se que um terço da população capixaba seja evangélica, o que significa cerca de 1,2 milhão de pessoas. Segundo o pastor Enock de Castro, presidente da APEGV, a posição foi tomada depois de uma consulta às diversas igrejas associadas às duas entidades. "Entre 80% e 90% dos evangélicos tendem a votar em José Serra. O risco é grande de vermos alguns princípios religiosos serem afetados. Há uma posição da Dilma em defesa do aborto, da união civil entre pessoas do mesmo sexo e proibição de proferir religião em órgãos públicos, que são coisas que não podemos aceitar", disse ao justificar a posição.

Já o presidente do Fórum Político Evangélico do Espírito Santo, Lauro Cruz, afirmou que a postura tucana preocupa menos. "O posicionamento histórico de Dilma gera apreensão. Ela é a favor do aborto, embora tenha negado isso. A postura de Serra preocupa menos do que a de Dilma e dos males vamos escolher o menor", frisou.

Outro ponto apontado pelas lideranças evangélicas capixabas contra a petista foram as alianças políticas firmadas pelo PT para viabilizar a candidatura da ex-ministra. "Ao lado dela estão José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros e José Dirceu. Não são políticos confiáveis", comentou Cruz.

No primeiro turno as duas entidades evangélicas apoiaram a candidata do PV, Marina Silva, e chegaram mesmo a subir no palanque dela quando esteve em Vitória, no fim de setembro. "Esperamos um posição neutra da Marina", afirmou Castro.

Outra entidade evangélica capixaba, a Convenção das Assembléias de Deus, foi ainda mais longe e assegurou apoio ao tucano José Serra (PSDB).

Já a Igreja Católica, por meio da Arquidiocese de Vitória, lançou documento oficial condenando quem apoia questões como o aborto, a violação à liberdade de expressão e religiosa.




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