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Classe C já compra o 2º carro novo
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
02/10/2010 | 07:08
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Depois do primeiro carro zero-quilômetro, famílias da classe C já estão comprando o segundo veículo - novo ou seminovo. O movimento vem sendo acompanhado pela General Motors, que realiza ampla pesquisa para entender melhor o comportamento de um dos extratos sociais que mais ascendem com a nova perspectiva econômica brasileira.

"Neste cenário que surge, uma das coisas que já sabemos é que os indivíduos (pais, irmãos e parentes próximos que moram na mesma casa) da família dividem o valor da prestação entre si", afirmou Isela Costantini, recém-nomeada diretora de pós-vendas da GM do Brasil. "Assim, o segundo carro também tem o uso dividido entre eles."

Para Isela, o desafio das montadoras será convencer esse novo consumidor a entender que manutenção não existe só para carro velho. "Há um conceito errado entre as classes menos abastadas segundo o qual veículo zero-quilômetro ‘não dá mencânica', ou seja, não necessita de revisão", disse.

"Muitos pensam assim: ‘agora que me livrei do carro velho, não vou mais perder tempo em oficinas nem gastar dinheiro com mecânicos e autopeças'", afirmou Isela, para quem a rede de concessionárias terá um novo papel de conscientizar esse consumidor.

"É preciso treinar nossa rede para explicar a esse público que a vida útil do veículo depende, e muito, da manutenção preventiva", disse a executiva, que espera concluir em janeiro levantamento em todas as regiões do Brasil para ter diagnóstico preciso sobre hábitos de consumo da Classe C.

Primeira mulher a assumir cargo de diretoria de pós-venda numa montadora brasileira, Isela é responsável por todo produto ou serviço relacionado à fidelização do cliente: peças e acessórios, oficinas e relacionamento com a rede, SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), além de manutenção e reparo de automóveis, público final ou profissionais do setor.

"As montadoras não podem deixar esse consumidor emergente ser atendido apenas pelo mecânico da esquina, onde ele tinha o hábito de levar o carro velho", afirmou Isela. "Temos de convencê-lo de que, na ponta do lápis, sai mais barato fazer a manutenção na rede autorizada", disse.

A diretora de pós-venda da GM disse que não quer prejudicar o mecânico - agora também tratado como reparador. "Esse profissional deve ser visto como aliado de qualquer fabricante, mas temos de disputar esse novo perfil de consumidor que vem engrossando a massa compradora de carros novos no Brasil."

Com cerca de 50% dos veículos com motorização 1.0, os chamados populares, o Brasil deverá encerrar 2010 com 3,4 milhões de unidades emplacadas - número que lhe dará o posto de quarto maior do mundo, atrás apenas da China, Estados Unidos e Japão.




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