A Procuradoria da Colômbia pediu nesta segunda-feira a destituição da senadora Piedad Córdoba, que promoveu a libertação de reféns com a mediação do presidente venezuelano, Hugo Chávez, por sua ligação com a guerrilha das Farc.

O Procurador Alejandro Ordóñez solicita a destituição de Córdoba e sua exclusão da política por um período de 18 anos.

A senadora - reeleita em março passado pelo Partido Liberal- pode recorrer contra a medida diretamente na Procuradoria, ou aguardar a análise do Conselho de Estado, máxima autoridade no que se refere à perda de mandato de congressistas.

"Conseguimos cruzar documentos que ligam o grupo guerrilheiro (Farc) à senadora. A parlamentar extrapolou suas funções, assim como a autorização dada pelo governo para mediar a troca de reféns", assinalou Ordóñez.

Cordoba reagiu afirmando que "a investigação disciplinar promovida pelo senhor procurador não tem apoio probatório, mérito jurídico ou qualquer valor moral e ético".

Segundo a Procuradoria, "foi estabelecido, com certeza, que a senadora emitiu conselhos às Farc (...) sobre a melhor estratégia a adotar com os reféns em busca de seus objetivos".

A investigação foi baseada em informações achadas no computador do líder guerrilheiro Raúl Reyes, morto em um acampamento no território equatoriano, em 2008.

Córdoba integra o grupo Colombianos e Colombianas pela Paz, que promoveu a libertação de 14 reféns das Farc desde 2008.

Em agosto de 2007, o então presidente Alvaro Uribe nomeou a senadora e o presidente Hugo Chávez como mediadores para a troca de reféns das Farc por guerrilheiros presos, mas o próprio Uribe suspendeu a mediação, meses depois.

Em seu papel de mediadora, Córdoba se reuniu com Raúl Reyes, então número dois das Farc.

Na noite de hoje, Chávez qualificou a decisão da procuradoria colombiana de "infâmia" e se disse "absolutamente certo de que Piedad Córdoba é inocente".

"Se há algo que Piedad Córdoba ama é a paz".