O candidato ao governo do Estado Geraldo Alckmin (PSDB) caminhou ontem pela Rua Marechal Deodoro, no centro de São Bernardo. No principal corredor comercial da cidade que projetou nacionalmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e que atualmente é administrada por Luiz Marinho (PT), o tucano ouviu em terras inimigas gritos que soaram como música aos seus ouvidos. "Já ganhou!", entoou a militância, a plenos pulmões.

Durante o corpo a corpo o candidato parou para cumprimentar comerciantes e pedestres, e tomou café preto em uma lanchonete. Diferentemente de caminhada em São Bernardo com o presidenciável José Serra (PSDB) no mês passado, desta vez não houve tumulto, mas grande expectativa pela vitória de Alckmin já no primeiro turno.

Questionado se o sentimento de êxito no pleito se aproxima, considerando que não são constatadas grandes alterações nas pesquisas de intenção de voto (todas apontando vitória do candidato do PSDB no primeiro turno), Alckmin, como de praxe, freou a empolgação. "A eleição é só dia 3."

Por outro lado o ex-governador mostrou confiança. "Quero agradecer esta enorme demonstração de carinho e empolgação na reta final da campanha. É estimulante."

Esta foi a segunda aparição do tucano no Grande ABC nos últimos dias. Sábado fez caminha e gravou programa eleitoral em Mauá, outro reduto petista na região, administrado por Oswaldo Dias.

O coordenador regional do PSDB, Cezar de Carvalho, confirmou que a estratégia do partido é fixar Alckmin nas três cidades governadas pelo PT no Grande ABC (a outra é Diadema), nesta reta final da campanha.

"Eu disse isso a ele (priorizar campanha em território petista). Se até o fim da semana que vem tiver brecha na agenda, aposto que virá para Diadema", adiantou o dirigente.

A presença de Alckmin ontem em São Bernardo foi decidida no início da tarde, e só foi viabilizada graças a espaço vago em sua agenda. Durante o ato, Alckmin reiterou que criará um AME (Ambulatório Médico de Especialidades) na cidade. "Com capacidade mensal para realizar 15 mil consultas e 35 mil exames", pontuou.