Uma bomba explodiu em um desfile militar no Irã nesta quarta-feira, matando 12 pessoas, em um evento no qual a República Islâmica mostrava seu arsenal, em memória aos 30 anos da guerra entre Irã e Iraque.

Entre os mortos estavam as mulheres de dois comandantes, informou um oficial, enquanto médicos informaram que 81 pessoas ficaram feridas e é provável que esse número aumente.

A bomba, colocada a 50 metros do palco do desfile na cidade curda de Mahabad, no oeste da província do Azerbaijão, explodiu por volta das 10h20 locais (03h50 de Brasília), disseram autoridades.

"O número de vítimas do incidente alcançou 12", afirmou o chefe da equipe de emergência, Gholam Reza Massoumi, à agência de notícias Isna.

"Até agora, nenhum grupo reivindicou o atentado", disse o governador da província Issa Ghanbari à ISNA, acrescentando que as vítimas eram todas mulheres, exceto um garoto de seis anos.

"Não podemos dar cifras exatas de mortos e feridos por enquanto, já que a catástrofe piora a cada minuto e novos números surgem", disse o chefe da equipe de emergência médica Hamid Reza Emrani, à Isna.

O oeste do Irã, que tem uma considerável população curda, foi palco de mortíferos confrontos entre as forças de segurança iranianas e grupos rebeldes curdos, principalmente o Partido por Uma Vida Livre no Kurdistão (PJAK, da sigla em inglês), que opera em bases no Iraque.

O governador provincial Vahid Jalalzadeh culpou os Estados Unidos e os "contrarrevolucionários" pelo ataque.

"Este ato tem origem estrangeira. Infelizmente, a América e seus aliados estão presentes na região e o apoio deles aos contrarrevolucionários e hipócritas foi provado", disse à emissora estatal.

A chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, condenou nesta quarta-feira o atentado no noroeste do Irã.

"Condeno o ataque a bomba que teve como alvo os iranianos", escreveu a secretária de Estado em um comunicado, informando que os "Estados Unidos condenam o terrorismo em todas as suas formas de violência contra inocentes, onde quer que ocorra".

"Este atentado mostra a necessidade de a comunidade internacional cooperar para combater o terrorismo", completou Hillary.

A explosão da bomba ocorreu enquanto o Irã apresentava seu arsenal militar no aniversário da guerra de 1980-1988 com o Iraque, na qual se estima que 1 milhão de pessoas tenham morrido de ambos os lados.

Os mísseis de longo alcance Sejil, Shahab-3 e Ghadr-1 eram as principais atrações do desfile em Teerã, do qual participou o general Hassan Firouzabadi.

Com um alcance de 1.800 a 2.000 quilômetros, os mísseis são teoricamente capazes de atingir o inimigo iraniano, Israel.

Firouzabadi insistiu que o arsenal iraniano existe para objetivos defensivos apenas.

"A capacidade militar crescente do Irã existe apenas para deter agressores e para defender nosso país de ameaças de inimigos", disse em um discurso feito antes do ataque a bomba em Mahabad.