Internacional Titulo Conflito
Morte de palestino em Jerusalém complica acordo
Da AFP
22/09/2010 | 08:33
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A morte de um palestino, atingido por disparos do segurança de um assentamento judaico em Jerusalém Oriental, provocou distúrbios nesta quarta-feira, num momento em que o processo de paz israelense-palestino corre o risco de fracassar por causa da colonização.

A polícia israelense entrou na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, depois que palestinos começaram a jogar pedras nos oficiais.

Esta esplanada é o terceiro lugar santo do Islã e se encontra junto ao Muro das Lamentações, o local mais sagrado do judaísmo.

Pelo menos vinte pessoas ficaram feridas nos enfrentamentos registrados.

A polícia prendeu oito palestinos, segundo a rádio militar.

Um vigia israelense matou um palestino, Samir Serhan, de 30 anos, na madrugada de quarta-feira no bairro de Silwan, onde frequentemente acontecem conflitos entre colonos judeus e seus vizinhos palestinos.

"Fomos acordados por volta das 4h (20h de Brasília, terça-feira) por disparos, e quando descemos, vimos o cadáver de Samir na escada", disse à AFP um primo da vítima.

"A polícia não permitiu que nos aproximássemos", acrescentou.

"Um segurança encarregado de proteger os residentes judeus do bairro disparou com sua pistola depois de ter tido o carro apedrejado", disse o porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld.

"O carro do segurança havia sido bloqueado por uma barricada", acrescentou o porta-voz policial.

A polícia iniciou uma investigação, e o vigia, depois de interrogado, foi liberado.

A vítima já havia sido presa por "participação em distúrbios", destacou Rosenfeld. A rádio militar israelense afirmou que Serhan carregava duas facas e uma chave de fenda.

A polícia disse à família que o corpo poderá ser retirado do quartel-general da corporação.

Para a Autoridade Palestina, "continuar instalando colonos fortemente armados em meio a bairros palestinos leva a provocações e violência diárias contra palestinos desarmados e sem defesa".

Para o movimento islamita Hamas, que se opõe às atuais conversações diretas israelense-palestinas, esta morte "revela as intenções daninhas do governo de ocupação que usa as negociações para encobrir seus crimes".

Em Silwan está prevista a construção de um polêmico parque arqueológico bíblico. Em junho, a prefeitura autorizou o projeto, cuja gestão foi entregue a uma associação ultranacionalista que alenta a colonização judaica em Jerusalém Oriental.

Na terça-feira, o Quarteto para o Oriente Médio, integrado por Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia, pediu que Israel prolongue o congelamento da colonização na Cisjordânia.

"O Quarteto nota que a moratória israelense sobre a colonização instituída em novembro passado teve um impacto positivo, e convida encarecidamente a continuá-la", afirmou o grupo em um comunicado, publicado em Nova York depois de sua reunião paralela à Assembleia Geral das Nações Unidas.




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