A Selic (taxa básica de juros) foi mantida em 10,75% ao ano. Este foi o resultado da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central do Brasil) encerrada na noite de ontem. A decisão foi unânime entre os diretores da altarquia monetária.

Por meio de nota, o BC afirma que o aumento dos preços medidos pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) não seguirá trajetória ocorrida nos primeiros meses do ano. O BC "não espera que o nível de inflação registrado nos últimos meses se mantenha em um futuro próximo", destaca o documento.

Na avaliação da direção da autarquia monetária, as famílias brasileiras não sofreram com grandes avanços nos preços até o fim do ano. "O Copom observa a continuação do processo de redução de riscos para o cenário inflacionário que se configura desde sua penúltima reunião", conclui a nota do BC.

Nesse contexto, o Comitê avalia que, "neste momento, a manutenção da taxa de juros básica no nível estabelecido em sua reunião de julho proporciona condições adequadas para assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas", diz o texto.

AVALIAÇÃO
Para a Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) a decisão de manter a Selic em 10,75%, em uma espécie de "parada técnica", deveria ter sido tomada há quatro meses, comprovando que os aumentos de juros foram equivocados.

"Teria sido mais adequado não ter promovido aumento da Selic no início do ano. Desde então, o País está gastando uma fábula com juros enquanto a inflação não se move há mais de quatro meses", diz o presidente da entidade, Abram Szajman.

Na opinião da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), com a decisão perdem o governo e a sociedade alguns bilhões pelo aumento do custo da dívida. "A próxima ata do Copom, por justiça, deveria começar com a frase: ‘Desculpem, mas erramos'".