Esportes Titulo Olimpíada da Juventude
Futuro do esporte mundial entra em ação
Bianca Daga
Especial para o Diário
14/08/2010 | 09:03
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O dia 14 de agosto ficará marcado como a data em que se deixou apenas de falar e começou-se a mostrar, na prática, que crianças e adolescentes de todo o mundo precisam receber educação e praticar esporte, já que são o futuro do planeta.

Sob a paisagem da Marina Bay, em Cingapura, será dada a largada a partir das 8h30 (horário de Brasília) para os primeiros Jogos Olímpicos da Juventude da história, evento que reunirá, até o dia 26, 3.600 promissores atletas de 205 países, com idade entre 14 e 18 anos.

Pelo Brasil, serão 81 jovens marcando presença em 21 modalidades das 26 que marcarão a olimpíada. Para eles, um incentivo a mais: a lembrança de que em 2016 poderão ser mais que apenas promessas e brilhar em casa, no Rio de Janeiro.

"É uma honra participar da primeira Olimpíada da Juventude da história. A competição é um reconhecimento para nós, jovens, e no meu caso de extrema importância porque represento o altetismo, que não é prioridade no Brasil. Vai ser um instrumento para revelar talentos e incentivar crianças que assim como eu nem sabiam que o atletismo existia", definiu a atleta Jéssica Carolina Alves dos Reis, de São Bernardo, que disputará os 100 m rasos.

A cerimônia de abertura, que terá o tenista Tiago Fernandes como porta-bandeira do Brasil, será realizada em cenário que foge dos grandes estádios. Em Cingapura, os atletas terão como pano de fundo a baía, uma imensa roda gigante e um palco flutuante.

"Mesmo para o atleta experiente, os Jogos Olímpicos são algo único, uma grande porta que se abre para essa nova geração maravilhosa. Tenho certeza de que representarão o País de forma digna e espero que muitos estejam no Rio, em 2016 ", declarou Adriana Behar, chefe de Missão do Brasil em Cingapura. a primeira mulher a comandar uma delegação organizada pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro).

A preparação da equipe nacional foi intensa e planejada. O COB organizou um seminário em São Paulo, no qual os jovens atletas receberam orientação de veteranos, como Hugo Hoyama, do tênis de mesa; Giba e Jaqueline, ambos do vôlei.

Finalizada a parte teórica, partiram para a prática. No começo do mês, os atletas embarcaram para Dubai, nos Emirados Árabes, onde passaram por período de entrosamento.

Poucos dias depois pegaram o avião novamente e chegaram em Cingapura, onde começa outra viagem, rumo ao futuro.

Tiago Fernandes abre participação brasileira

A participação brasileira nos Jogos Olímpicos da Juventude terá início hoje à noite. O tenista Tiago Fernandes, terceiro no ranking mundial juvenil, encara o alemão Peter Heller, número 27 do mundo. A partida está prevista para as 23h30 (horário de Brasília).

Amanhã, Tiago volta à quadra, desta vez para a disputa de duplas. Ele atuará em parceria com o argentino Renzo Olivo. Os dois terão como adversários o próprio Heller e seu compatriota Kevin Krawietz.

No remo, também hoje, o carioca Tiago Ribeiro Braga, compete no single skiff, a partir das 23h.

As primeiras medalhas brasileiras poderão ser conquistadas amanhã. As finais da natação começam às 7h30. Oito brasileiros estarão na luta. "O grupo é muito forte e unido. Somos amigos fora da piscina, viajamos juntos para as competições e acredito que temos chances de conquistar bons resultados para o Brasil. A preparação para a competição foi muito bem feita. Tudo que podíamos fazer foi feito e chegamos com 100% de motivação. Abrir a participação do país nos primeiros Jogos Olímpicos da Juventude vai ficar marcado em nossa história pessoal", afirmou Pedro Domingos, que nadará a prova dos 100m costas. O atleta ainda está inscrito nos 50m borboleta e 50m costas, além dos revezamentos masculino e misto. da Redação

Na bagagem, o sonho da primeira medalha olímpica do handebol

Mesmo quem compete em um esporte de resultados pouco expressivos para o Brasil até hoje, animou-se com a oportunidade de representar as cores verde e amarela e mudar esse quadro em Cingapura.

"O meu objetivo e de todo o time é conquistarmos a primeira medalha olímpica do handebol brasileiro na história", planejou a armadora da Seleção, Ana Eduarda Battendieri Dória Vieira, a Duda, de 18 anos.

Como tantas outras atletas da modalidade, ela começou a jogar handebol na escola (em 2004). Quatro anos depois passou a representar a equipe do Serc Santa Maria/São Caetano. Foi também em 2008 que vestiu pela primeira vez a camisa da Seleção Brasileirae, com a amarelinha já é bicampeã pan-americana.

Apesar da experiência e de já ter participado de competições no Exterior, Duda tem certeza de que a viagem para para Cingapura será diferente. "Já joguei fora do País, mas participar da primeira Olimpíada da Juventude é uma chance única e incrível."

E da mesma forma que a maioria dos atletas da delegação nacional, a jogadora já se vê no Rio de Janeiro em 2016. "Nos Jogos de 2012, em Londres, acho um pouco difícil. Mas em 2016, vou estar na idade certa então, tenho mais chance de participar."

O Grande ABC também arcará presença com a Seleção Maculina, com jogadores da Metodista/São Bernardo e mais o técnico Ivan Bruno Maziero, o Macarrão.

CONTERRÂNEA - Outro nome de São Caetano na Olimpíada será o da judoca Flávia Gomes. A atleta da região, que já foi campeã mundial e tricampeã pan-americana sub-17. será a única menina entre os dois atletas que representarão o Brasil na modalidade. BD

Pés no chão, mas pensamento em 2016

Um das medalhas do Brasil na Olimpíada da Juventude pode sair dos pés de quem há pouco tempo nem sabia que apostar corrida podia ser muito mais que brincadeira de criança.

Jéssica Carolina Alves dos Reis, que hoje, aos 17 anos, representa a equipe ASA/São Bernardo, teve seu talento descoberto em 2005 por uma professora que a incentivou a competir nos Jogos Escolares. "Antes disso eu nem sabia que atletismo exisita. A professora falou que eu corria rápido e não é que eu corria mesmo?", brincou a atleta, que em Cingapura vai disputar a prova dos 100 m rasos.

Para quem nem conhecia sobre o esporte, Jéssica aprendeu rápido. A jovem já tem na bagagem três medalhas de ouro: foi campeã brasileira no revezamento 4 x 100 m em 2008 e nos 100 m rasos em 2009 e em abril deste ano, tornou-se campeã sul-americana nos 100 m rasos, resultado que garantiu sua vaga entre os 15 brasileiros que vão representar o Brasil nos Jogos.

A conquista é sinônimo de superação para quem vive na periferia de São Bernardo e recebe os tênis da equipe para poder treinar.

"Ela é determinada e tem todas as características de um atleta olímpico. Sem dúvida ainda será um dos nomes do esporte no Brasil", apostou a técnica Luciana Alves.

Pensar no futuro não é exagero, porque Jéssica já planeja. "Em Cingapura, qualquer medalha será bem-vinda. Mas em 2016, nos Jogos Olimpícos do Rio, quero o ouro", destacou, confirmando os elogios da treinadora.

O caminho do sucesso já começou a ser trilhado. Jéssica é a terceira do Brasil no ranking juvenil feminino dos 100m e a primeira na categoria Menor. Daqui para frente, é só continuar correndo (e muito!)contra o tempo.




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