O ex-secretário-chefe da Casa Civil de São Paulo Aloysio Nunes Ferreira, atual candidato ao Senado pelo PSDB, disse ontem que o partido não cortejará prefeitos em busca de apoio nesta eleição, em referência ao chefe do Executivo de Santo André, Aidan Ravin (PTB), que se mantém em cima do muro, apesar do partido estar coligado com os tucanos.

"O prefeito (Aidan) é duto, está vacinado. Não cabe a nós tutelá-lo", afirmou ontem em Santo André, no lançamento da candidatura de Raimundo Salles (DEM) para deputado estadual.

O tucano, homem-forte do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, na época em que ele era governador de São Paulo, reforçou que a relação com o petebista é "cordial", mas deixou claro a insatisfação com o posicionamento do político. "Temos parcerias, como a construção do Ambulatório Médico de Especialidades no município, por exemplo. Ele é livre para escolher o que for melhor para a cidade, mas tenho certeza que vai optar pela dobradinha (Geraldo) Alckmin (candidato ao governo) e Serra", pontuou.

O ex-prefeito de São Bernardo William Dib (PSDB), que concorre a deputado federal, esteve no evento mas preferiu desconversar sobre o assunto. "Se existe essa conversa (entre Aidan e PT), é uma decisão pessoal, porque desconheço decisão partidária sobre isso", comentou. "O PTB está conosco."

O PT tenta convencer o prefeito Aidan Ravin a ignorar o posicionamento do partido e aderir à campanha de Dilma Rousseff à Presidência. Indeciso, o petebista ainda não manifestou seu apoio a nenhum dos candidatos e, comenta-se, espera afago dos dois lados antes de decidir.

A possibilidade, porém, está descartada se depender de Aloysio. "Não cabe a nós cortejar prefeitos", declarou. Entre políticos, afirma-se que o posicionamento é fruto da divisão interna do PSDB. Enquanto o grupo de Alckmin espera o apoio da cidade na candidatura ao governo, Serra se mostra indiferente e não faz força para ter o petebista ao lado.