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UFABC veio para enriquecer a região
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
25/07/2010 | 07:15
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A instituição ainda é muito nova, foi criada há apenas cinco anos, tem problemas estruturais e não oferece toda comodidade para alunos e funcionários. Ainda assim, para o reitor Helio Waldman, a UFABC (Universidade Federal do ABC) veio para ficar e enriquecer a região.

Waldman tem 66 anos e é engenheiro de eletrônica formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em São José dos Campos, no Interior. É também mestre e doutor pela Universidade Stanford, na Califórnia, nos Estados Unidos.

À frente da universidade há seis meses, o engenheiro é o primeiro reitor da UFABC com mandato. Antes dele, em apenas quatro anos e três meses, três reitores ocuparam o posto.

"Esse tempo foi útil para entender melhor o estágio em que a universidade se encontra, ter compreensão dos problemas e dos caminhos para resolvê-los", afirmou.

A instalação completa dos campi, que deve acabar de uma vez com o inconveniente de os alunos terem de assistir aulas em locais temporários e distantes um dos outros é uma das marcas desse desafio em longo prazo.

"A implantação da universidade está ocorrendo rapidamente, conforme o previsto, mas, essa rapidez, gera alguns descompassos. Neste momento, temos um gargalo importante sobre o espaço físico", admitiu. Atualmente, a UFABC conta com 4.251 alunos de graduação, 72 em pós-graduação e 723 funcionários. Em setembro, haverá coleção de grau para cerca de 200 deles.

Parte dos discentes, segundo Waldman, já está no mercado de trabalho, sobretudo em estágios. A maioria, porém, têm optado por permanecer nos estudos após a graduação.

Para o reitor, a opção é natural entre os profissionais da área de ciência e tecnologia, carro chefe da UFABC. O outro ramo de cursos, em ciências e humanidades, aina está no começo.

Modelos - A proposta de servir como ferramenta para qualificar a mão de obra do parque industrial da região continua sendo um dos nortes da universidade, segundo Waldman.

Do contingente de alunos, cerca de um terço mora em alguma das sete cidades. O restante chega de outras partes da Região Metropolitana de São Paulo, do Interior e de outros estados.

Um dos diferencias da UFABC é o conceito de interdisciplinaridade, que exige apenas 47% da carga horária em disciplinas obrigatórias. "A vantagem é a possibilidade do aluno redefinir sua formação com autonomia. Isso tem muito a ver com a dinâmica e o ambiente de trabalho do século XXI."

Esse modelo, que permite que os estudantes direcionem os estudos para aquilo que têm mais interesse, diferente das universidades tradicionais, onde todos seguem o mesmo cronograma, é aplicado com pioneirismo.

Outro modelo que não deve ser alterado é o de utilizar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) em substituição da clássica prova de vestibular.

Terreno do futuro campus Mauá pode estar comprometido
O terreno que a UFABC cogita erguer o seu terceiro campus, em Mauá, está contaminado. No passado, o espaço, na Avenida do Estado, serviu para a instalação de indústrias e pode estar comprometido.

Segundo o reitor, a análise do grau de contaminação da área, que irá indicar se existe ou não condição de se construir no local deverá ficar pronto em breve.

Somente após o laudo, a UFABC irá se decidir se avança no projeto de Mauá. Se for liberado, o espaço tem tudo para ser aproveitado, pois reúne as características desejadas pela instituição.

Em São Bernardo, as obras para a construção do campus no bairro Anchieta foram iniciadas.

"O bloco Alfa está em execução e a licitação para o restante dos blocos já foi aberta", contou Waldman.

Em paralelo, as atividades no bloco Sigma também foram iniciadas, em maio deste ano. As aulas estão sendo realizadas em um antigo colégio, que foi reformado pela Prefeitura e cedido para uso da UFABC.

Bloco A deverá funcionar a partir de setembro
O bloco A do campus Santo André da UFABC, considerado o mais importante edifício da instituição, tem novo prazo para entrar em funcionamento: setembro. A expectativa é do reitor Helio Waldman.

"O prédio tem cerca de 40 mil metros quadrados de área construída e vai permitir que tenhamos recursos suficientes para operarmos a maior parte das salas de aula e dos laboratórios didáticos", afirmou o reitor.

Outros prazos já haviam sido divulgados anteriormente, mas não puderam ser cumpridos. Desde que iniciou as aulas, há quase quatro anos, a UFABC ainda não dispõe de toda a infraestrutura que foi projetada.

As obras no bloco A, em terreno na Avenida do Estado, estão cerca de 95% prontas. Toda a parte estrutural já foi concluída, restando somente trabalhos de acabamento e montagem das instalações.

Algumas salas e laboratórios estão parcialmente mobiliados, com bancadas, mesas, cadeiras e outros equipamentos. Atualmente, cerca de 250 homens trabalham na finalização do prédio.

Ainda assim, segundo Waldman, as atividades deverão ser iniciadas a partir de setembro com algumas restrições, que serão resolvidas no decorrer dos meses, até o fim do ano.

O bloco A é constituído por três torres, que irão abrigar os centros de engenharia, matemática e ciências humanas. O prédio ao lado, o bloco B, já está em funcionamento e atende parte dos funcionários e alunos.

Mais espaço - Do outro lado do Rio Tamanduateí, na mesma Avenida do Estado, a UFABC irá construir outro complexo, para atender o restante da demanda de serviços do campus, como os laboratórios para pesquisa.

"O projeto será feito ainda este ano e as obras deverão começar em 2011. O terreno é próximo e a ideia é poder uni-los por uma passarela (por sobre o rio e a avenida)", afirmou Waldman.




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