Redução do IPI, pagamento do 13º salário e consumidores otimistas para as compras de Natal formam o cenário ideal para que os varejistas elevem as projeções de faturamento para o período. Na região, as associações comerciais, que se mostravam céticas, estão otimistas e projetam avanço de até 12% nas vendas.

Os empresários de São Bernardo afirmam que o fluxo de consumidores está acima do esperado. “Esperávamos que as compras seriam concentradas na última semana, mas o movimento está bom desde o início do mês”, diz o vice-presidente da Associação Comercial e Industrial, Valter Moura Júnior.

A redução do IPI de alguns produtos da linha branca para estimular o consumo elevou de 8% para 12% a previsão. Segundo o executivo, em novembro as vendas não foram tão expressivas como de costume. Diante do anúncio do governo, espera-se que o Natal não seja marcado só pelas lembrancinhas, previsão inicial do comércio da região.

Para o vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Santo André, Luís Antonio Sampaio Cruz, o imposto menor sobre os produtos da linha branca também vai colaborar para que o desempenho das vendas natalinas seja 6% maior neste ano. Entretanto, o executivo acredita que o período será dos eletrônicos, com destaque para tablets, TVs de LCD e LED e smartphones.

O sócio sênior da consultoria GS&MD - Gouvêa de Souza, Luiz Góes, avalia que a medida vai facilitar as compras futuras das redes de varejo e manter até o primeiro trimestre de 2012 o ritmo de crescimento do setor de eletrodomésticos, que acumula crescimento de 17,3%, conforme números apresentados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

DIADEMA - A projeção divulgada em novembro pela Associação Comercial e Empresarial de Diadema considerava incremento nas vendas de 5% para o Natal. O presidente da entidade, Gildo Freire, pontua que o estímulo do governo dá esperança maior para o comércio varejista. “Os consumidores notam a diferença no preço e ficam motivados para comprar.” Freire acrescenta que a medida elevará o desempenho, mas não sabe precisar o quanto.

Segundo o especialista em varejo da consultoria GS&MD, a redução do IPI é uma precaução para o início do ano, quando poderá acontecer redução no consumo. “De maneira geral, o varejo deverá apresentar resultados semelhantes aos vistos durante este ano. Setores que dependem mais de crédito como veículos e eletroeletrônicos terão crescimento mais ponderado.”

CENÁRIO - A estratégia de retirar o imposto desses produtos industrializados ajudará a aquecer a economia e gerar efeito cascata, beneficiando a indústria, o comércio e a geração de empregos. A medida terminará no dia 31 de março. A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo projeta que este Natal será até 8% mais aquecido que o do ano passado. Antes, o número estimado era de 5%.

Região tem desempenho acima da média do País

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou ontem que as vendas no varejo brasileiro em outubro não apresentaram crescimento em relação a setembro. Apesar da estabilidade naquele mês, na comparação com igual período de 2010, houve avanço de 4,3%. Nas cidades da região o cenário foi outro, com crescimento em outubro.

Em Santo André, a Acisa contabilizou alta de 7,8% em outubro nas consultas para vendas com cheque e concessão de crédito. “Apesar do IBGE mostrar certa desaceleração nas vendas, no comércio da cidade a situação é diferente. As vendas mantiveram o ritmo de setembro”, diz o vice-presidente da entidade, Luís Antonio Sampaio da Cruz.

O executivo pondera, entretanto, que o indicador na Acisa considera só as consultas feitas pelas pequenas e médias empresas e não abrange os pagamentos à vista ou nos cartões de crédito e débito. “Por isso, o levantamento não corresponde plenamente a realidade.” Em Diadema, a ACE registrou alta de 3,5% nas comercializações dos associados em outubro ante setembro e na comparação com 2010, foi 4%.

O sócio da GS&MD, Luis Góes, pondera que apesar da desaceleração, os próximos resultados serão positivos devido às vendas natalinas. É projetado avanço de 6,2%. No mês, o pior resultado ficou com veículos e motos (-2,8%) e o melhor com material de escritório e informática (3,6%).