O ex-vereador petista de Rio Grande da Serra Amilton José dos Santos, que morreu em 16 de dezembro, será homenageado pelo parlamentar tucano Waldemar Perillo. "Sei que é polêmico, por eu ser do PSDB e ele, do PT. Mas ele merecia", afirmou o autor de projeto para alterar o nome da Rua Embu, na Vila Conde, para Vereador Amilton dos Santos. A matéria será votada na Câmara quarta-feira.
O local escolhido para a homenagem póstuma tem motivo. "O dinheiro para asfaltar a via veio de emenda do deputado estadual Donisete Braga (PT), a pedido do Amilton", lembrou Perillo, amigo do petista.
Apesar da benfeitoria, o ex-vereador chegou a ser criticado pela obra - ele morava no número 259 da mesma rua. Para o parlamentar Cláudio Manoel de Melo, o Claudinho da Geladeira (PT), a situação foi inusitada. "Se asfalta a rua onde mora, reclamam que está se beneficiando. Se não asfalta, falam que nem da própria rua consegue cuidar", comentou. "Foi muito por isso que ele não se reelegeu em 2008."
Amilton ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores na década de 1980, época em que concorreu por duas vezes à Prefeitura de Rio Grande da Serra (1982 e 1988). Após as disputas, dirigiu o Sindicato dos Químicos do ABC de 1988 até 1997, quando assumiu a cadeira de vereador pela primeira vez.
Sem conseguir a reeleição em 2000, assumiu a Secretaria de Governo na gestão do ex-prefeito Ramon Velásquez (PT), onde ficou até 2004. Amilton voltou à Câmara em 2005 para seu último mandato - na atual legislatura, o ex-vereador era primeiro suplente do PT e trabalhava como assessor do deputado estadual Donisete Braga (PT).
A extensa trajetória no PT gerou comentários sobre os motivos de o vereador do PSDB ter se antecipado aos parlamentares petistas para prestar a homenagem. Porém, Claudinho afirma que não há ciúmes. "Se o projeto fosse de alguém do PT, falariam que estávamos fazendo média ou puxando a sardinha para o nosso lado", ponderou. "O importante é que ocorra a homenagem."
Mesmo não sendo autor da proposta, o petista não ficou de fora do processo. Ajudou a colher as assinaturas para possibilitar a mudança - lei municipal estabelece que projetos para alteração do nome de ruas só podem ser apresentados após adesão de no mínimo 80% dos moradores do local. "A grata surpresa foi que colhemos 88 assinaturas. Todos os antigos vizinhos do Amilton assinaram", comemorou Perillo.
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