Política Titulo Craisa
Governistas põem empecilhos para composição da CPI

Petistas de Sto.André pleiteiam três dos cinco postos na comissão

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
12/04/2013 | 07:09
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A bancada governista da Câmara de Santo André, composta por nove vereadores, colocou ontem empecilhos para eleger a composição da CPI da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). A frente petista, base do governo Carlos Grana (PT), fez proposta ao G-12, ala independente no Legislativo e requerente da investigação na autarquia, de integrar a comissão com três das cinco cadeiras possíveis, o que afastou eventual acordo entre as partes.

O G-12 não aceitou a sugestão apresentada pelo PT, justificando que a base pretende formar CPI "chapa branca", ou seja, sem apuração efetiva das denúncias de favorecimento na concessão de boxes na Craisa. Diante do impasse, resultado de mais de uma hora e meia de reunião a portas fechadas, a escolha dos integrantes foi novamente adiada, desta vez para a sessão de terça-feira. A falta de entendimento pode levar o caso à Justiça.

Os petistas queriam emplacar José Montoro Filho, o Montorinho (PT), José de Araújo (PMDB) e, por último, Bispo Ronaldo de Castro (PRB) como relator do processo, oferecendo a presidência da CPI para a oposição. Em contrapartida, o grupo contrário também busca indicar trio, elegendo Ailton Lima (PTB), Toninho de Jesus (DEM) e Sargento Lobo (PDT). A reivindicação por maioria da ala se dá por ser autora do requerimento de CPI e, supostamente, mais interessada nos esclarecimentos.

Ailton defendeu que a seleção dos componentes seja mantida por consenso entre as lideranças, permanecendo o hábito da Casa nas demais composições de CPI. "Nós (G-12) estamos concedendo espaço natural para o PT e alguns partidos do nosso lado, inclusive, abriram mão de participar, como o PTdoB (com dois parlamentares), que saiu para dar lugar ao PDT (de Lobo)", disse o petebista, alegando que os petistas tentam averiguar somente o mandato Aidan Ravin (PTB, 2009-2012).

A proposta de CPI prevê investigação na gestão da autarquia desde 1992, apurando 21 anos de poder, contendo no processo as administrações Newton Brandão (à época no PTB, morto em 2010), Celso Daniel (PT, morto em 2002), João Avamileno (PT), Aidan Ravin e Carlos Grana (PT). A comissão também visa colocar lupa sobre a permissão de uso do sacolão, a dívida anunciada de R$ 17 milhões e a cobrança do estacionamento no local.

Com o imbróglio, o PT sugeriu ampliar de cinco para sete o número de cadeiras na CPI, continuando com as três vagas ao recomendar os mesmos nomes na composição e deixar ao G-12 a indicação de outros quatro vereadores - ideia também descartada pela oposição. A líder da bancada petista, Bete Siraque, afirmou que a ala oposta não deu oportunidade para apresentação de contraproposta. "Temos três pessoas qualificadas, com disponibilidade. É razoável. Proporção daria maioria a eles."

 




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