O presidente do Legislativo de São Bernardo, Otávio Manente (PPS), expressou ontem opinião enfática e, até certo ponto, sincera demais sobre a futura implementação da TV Câmara. Distante de proferir discurso conservador, padrão mais utilizado na política atual, o popular-socialista ressaltou que, se as sessões fossem transmitidas hoje, "seria uma vergonha para os vereadores".

A análise de Manente levou em consideração a possibilidade de as plenárias irem ao ar na íntegra, sem a inserção de publicidades institucionais ou matérias jornalísticas. Isso porque as discussões para aprovação dos projetos são feitas pelos parlamentares nos bastidores, longe dos munícipes que acompanham os debates na Casa e, consequentemente, também seriam afastadas das câmeras.

Assim, as plenárias são invariavelmente suspensas, ficando poucos vereadores em suas baias, ou mesmo na mesa diretora. A reabertura dos trabalhos é feita simplesmente para anunciar novas suspensões. O que para os telespectadores seria monótono.

O presidente defende a formalização da grade de programação para "interagir" com a população. Mas isso deve ser discutido com os líderes de bancada nos próximos dias. A intenção é finalizar esse processo de negociação com os parlamentares para depois assinar contrato com a Fundac (Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da Comunicação).

A entidade será responsável pela transmissão das sessões e gravação de programas para preencher quatro horas diárias de espaço nos canais 12 UHF e 17 a cabo (Net). O custo dos serviços é de R$ 4,9 milhões, por ano.