A exemplo de outros partidos, o PPS do Grande ABC vive grande dilema neste período pré-eleitoral que deve se estender também para a fase da campanha, a partir de 3 de julho. A legenda, que teve direcionamentos diferentes em cada uma das cidades no pleito de 2008, enfrenta agora incoerências apresentadas pelas executivas nacional e estadual.

Na configuração de alianças com vistas à Presidência da República, o PPS, comandado nacionalmente pelo ex-deputado federal Roberto Freire, está fechado com o PSDB, que lançará o ex-governador José Serra na disputa ao Palácio do Planalto.

Em nível estadual, há possibilidade de o partido lançar candidatura própria, com a ex-subprefeita da Capital Soninha Francine na cabeça da chapa. Enquanto a questão não se define - cogita-se que ela concorra a vaga no Senado - o PPS continua na base de sustentação do governo tucano em São Paulo.

O PPS regional tem peso na decisão, já que o presidente da Câmara de São Bernardo, Otávio Manente, é vice-presidente do partido no Estado.

Em 2008, no pleito municipal, a legenda se uniu tanto com o PT quanto com o PSDB na região. Esteve em três chapas majoritárias - São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires - "num processo de reconstrução e amadurecimento", como define o coordenador regional da sigla, deputado estadual Alex Manente.

"Temos autonomia em cada um dos municípios do Grande ABC, respaldado pela executiva nacional. A população entende com naturalidade essa situação. O Brasil é um País muito grande e é difícil manter as mesmas parcerias em todos os Estados", analisa o popular-socialista.

O parlamentar ressalta ainda que "é precoce" definir os palanques para a eleição deste ano, mesmo estando a dois meses do início das campanhas eleitorais. Em São Bernardo, base eleitoral de Alex Manente, é possível que receba apoio do governo municipal petista à sua reeleição à Assembleia, ao mesmo tempo em que o PPS pode aderir à candidatura tucana ao governo do Estado.

"Estamos preocupados em identificar lideranças que possam contribuir no processo eleitoral, num trabalho de base. Temos de mostrar nossa identidade em 2010 para em 2012 nos apresentarmos de maneira firme em todas as cidades da região", avalia.