Os vereadores de Santo André não chegaram a consenso em torno da composição da CPI da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Autor do requerimento da investigação, o G-12, grupo de parlamentares que fazem frente ao governo Carlos Grana (PT), propõe acordo entre lideranças para contemplar partidos com maior representatividade. A bancada governista, por sua vez, briga pela realização de sorteio.

Nada resolvido após mais de duas horas de reunião, resultando, inclusive, em clima tenso e bate-boca. A decisão sobre o caso ficou adiada para amanhã. Considerado independente na Câmara, o G-12 sugeriu a nomeação dos vereadores Ailton Lima (PTB), Toninho de Jesus (DEM), Elian Santana (PTdoB), José Montoro Filho, o Montorinho (PT), e José de Araújo (PMDB) na comissão. A escolha dos nomes, porém, não agradou o grupo petista.

Entusiasta da CPI, o presidente do Legislativo, Donizeti Pereira (PV), afirmou que o PT cria tensão desnecessária por levantar esse impasse. Segundo o verde, a construção dos indicados "sempre se deu por consenso". "Eles (governistas) querem sortear entre os 21 (vereadores) para tentar comissão chapa branca. Não adianta fazer esse processo e escolher parlamentar que não conhece bem o processo. Fica sem a devida legitimidade."

Montorinho avaliou que o G-12 pretende tirá-lo da comissão ao utilizar a tática do consenso. "Eles querem levar vantagem." O petista sustentou que possui dossiê para dar fundamento a denúncias de favorecimento na concessão de boxes no fim da gestão Aidan Ravin (PTB). "Tenho documentos que mostram irregularidades. Vejo que tem muita gente com medo do edital (de concessão), pois todos terão direito e alguns vão perder a boquinha."