O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), acredita que a imagem do seu partido foi arranhada pelo Mensalão do DEM, que teve como protagonista o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. A declaração foi dada ontem na Câmara de Santo André, durante sessão solene que outorgou título de cidadão honorário do município ao ex-prefeiturável Raimundo Salles.

"Assim como o escândalo do mensalão provocou uma crise sem precedentes no PT, este episódio (Mensalão do DEM) sem dúvida arranhou a imagem do partido. Seria infantilidade negar", admitiu Kassab. Arruda (ex-DEM e atualmente sem partido) comandou esquema de pagamento de propina no governo distrital, deflagrado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.

De acordo com o chefe do Executivo da Capital, o estrago causado pelo esquema de corrupção só não foi maior pela rapidez com que o partido manifestou sua posição - Arruda desfiliou-se do DEM em 10 de dezembro, duas semanas após as primeiras acusações virem à tona. "Agora cabe à Justiça aplicar as punições que julgar coerentes no caso."

CORRIDA ESTADUAL - Durante sua presença na Câmara de Santo André, Kassab também aproveitou para manifestar apoio ao candidato do PSDB ao governo de São Paulo - os tucanos ainda não definiram o nome que irá concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. "Nós (DEM) ostentamos aliança muito produtiva com o PSDB nas esferas municipal e estadual. O nome escolhido pela sigla terá o nosso apoio", justificou.

Questionado se teria preferência pelo ex-governador e atual secretário estadual de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, ou pelo secretário da Casa Civil do Estado, Aloysio Nunes, o democrata ficou em cima do muro. "Não há preferência pessoal. O que deve prevalecer é o consenso na escolha pelo partido."

O prefeito de São Paulo ainda deixou a cargo do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC a inclusão da Capital no grupo de cidades do órgão. "Possuímos demandas diferenciadas, mas trabalharemos em conjunto nos projetos em comum, independente da inclusão."