Da inauguração, no fim de 2006 até a próxima reforma, prevista para maio, a Câmara de Mauá já gastou cerca de R$ 5 milhões com manutenção e reparo. Os custos da nova operação na Casa - R$ 600 mil - já estão inclusos na conta do prédio que, embora seja recente, apresenta inúmeros problemas de infraestrutura.

Nos corredores do Legislativo, há goteiras; nos tetos, marcas de infiltração. Por isso, nos próximos dias, o presidente Rogério Santana (PT) espera relançar a licitação para obras que vão tentar resolver os problemas do teto.

Também está prevista a construção de cobertura para os veículos oficiais, guarita e acesso para pedestres na parte da frente da Casa. "Estamos correndo para republicar o edital. Vamos ter uns 50 dias para começar. Em maio, queremos as obras em pleno vapor. No período de outono e inverno é melhor por causa da falta de chuva", explicou o chefe do Legislativo.

Ainda não está prevista a ampliação do espaço interno para acomodar mais gabinetes. Com a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 336/09, o número de parlamentares em Mauá aumentaria dos atuais 17 para 23 em 2013.

Como a questão ainda não é considerada definitiva pela liderança do Legislativo, a construção de mais gabinetes - se ocorrer -, se dará em outro momento. "Não podemos trabalhar na informalidade. Por enquanto, não sabemos como vai ser", disse Rogério.

Os custos da nova cirurgia plástica equivalem aos da primeira intervenção na Casa, feita antes mesmo de o prédio ter sido liberado para os trabalhos parlamentares, em agosto de 2007. Naquele ano, foram gastos cerca de R$ 500 mil.

 "Não tinha banheiro público na frente, asfalto no estacionamento e elevadores. Além disso, foram feitas instalações elétrica e hidráulica", contou Alberto Betão Pereira Justino (PSB), presidente da Câmara entre 2007 e 2008 e atualmente um dos parlamentares de oposição ao prefeito Oswaldo Dias (PT).

O socialista recebeu o edifício das mãos do presidente anterior e atual superintendente do Sama (Saneamento Básico de Mauá), Diniz Lopes (PR), que inaugurou o espaço em dezembro de 2006.

A antiga Câmara, localizada na Rua Vitorino Dell'Antonia, considerada inadequada para o trabalho parlamentar, foi negociada com a Fama (Faculdade de Mauá).

O prédio, de propriedade do Paço, foi repassado ao Instituto Irineu Evangelista de Souza, responsável pela faculdade. Em troca, a instituição de ensino ficou responsável por construir o edifício do Legislativo, na Avenida João Ramalho.

Para a obra, foram gastos R$ 4 milhões. "Na Câmara antiga faltava espaço nos gabinetes, o auditório era muito menor. Não tinha estrutura para executar os trabalhos, sala para comissões e diretoria", relatou Diniz Lopes. "Se tivesse de reunir seis pessoas, tinha de entrar três e, depois que saíssem, entravam outras três", completou o republicano.