Economia Titulo Campanha salarial
Trabalhadores da Mercedes aprovam reajuste nas urnas
Pedro Souza
Soraia Abreu Pedrozo
28/09/2014 | 07:13
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Marina Brandão/DGABC


Após votação em urnas espalhadas pela Mercedes-Benz, em São Bernardo, durante toda a sexta-feira, saiu ontem o resultado da proposta de reajuste salarial. Esta foi a primeira vez em que os trabalhadores da montadora aprovaram os detalhes da campanha – anunciados pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC sobre o carro de som, na quinta-feira – sem o tradicional ato de levantar os braços. E a contragosto, pois eles queriam votar na mesma hora.

Desta vez, havia um detalhe que fazia toda a diferença e que estimulou o sindicato a propor a metodologia de voto. Para garantir seus empregos, a partir da injeção de 1 bilhão de euros (cerca de R$ 3,06 bilhões) na fábrica são-bernardense, era necessário aprovar a proposta. Caso contrário, a companhia investiria em sua unidade de Juiz de Fora (Minas Gerais).

“Em uma assembleia dessa importância pode ter até 40% de votos contra. Mas, na votação tradicional, você não consegue ter isso claro, só no visual. E nem as pessoas que estão contra acabam convencidas”, justificou o presidente do sindicato, Rafael Marques, na quinta. Ele destacou que esse tipo de processo já foi utilizado na fábrica da Volkswagen.

Procurado ontem, o sindicato informou que não comentaria nada antes de comunicar os trabalhadores sobre o resultado, e apenas confirmou as informações. O Diário teve acesso ao saldo da votação. Dos 7.414 participantes, 5.826 aprovaram, 1.556 rejeitaram e 32 se abstiveram. Ou seja, a proposta foi acatada por 79%, o suficiente para validá-la. A expectativa é que o comunicado seja feito amanhã, embora o sindicato não tenha dado detalhes.

A oferta prevê pacote de reajuste fechado até 2017, e pago de maneira diferenciada. Inclui reposição do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado em 6,35%, sob forma de abono, para reduzir a carga tributária, em pagamento que totalizará R$ 5.250. O aumento real de 2% será inserido no banco de horas, ou seja, transformado em 44 horas de folga. Para 2015, será o INPC acumulado entre setembro e abril, inserido no salário a partir de 1º de maio, mais abono, referente ao aumento real de 2% nos salários, de R$ 2.427. A mesma metodologia será utilizada em 2016 e 2017, com abono de R$ 2.533 e R$ 2.661, respectivamente.  




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