O deputado estadual Vanderlei Siraque (PT-Santo André) decidiu ignorar o fato de ter usado verba pública para fins pessoais. Ontem, ele não quis falar sobre o envio de convite de sua festa de aniversário, que ocorreu no sábado, com postagem paga pela Assembleia Legislativa. O petista vem sendo procurado desde quinta-feira, um dia antes da publicação de reportagem do Diário sobre a irregularidade.

O gabinete da liderança da bancada do PT na Assembleia, nome que consta como remetente do envelope com os convites de aniversário, também não se manifestou sobre o assunto. A reportagem tenta há dois dias resposta, sem sucesso, do comando da bancada petista no Legislativo estadual.

Nem mesmo a presidência da Assembleia Legislativa tomou providências sobre o mau uso de dinheiro público, realizado pelo parlamentar petista. Ontem, o comando da Casa limitou-se a dizer que estava avaliando o assunto para tomar as medidas necessárias legais, sem dar detalhes das providências que serão tomadas pela Casa de Leis.

Por conta do ato irregular, Siraque poderá sofrer ação de improbidade administrativa, além de devolução dos recursos públicos.

No convite enviado pelo petista não havia nenhuma menção de atividade político partidária e ainda fazia um alerta em letras miúdas - "bebidas a preço de custo". A postagem de cada envelope custou aos cofres públicos R$ 1,05.

Em 2009, os gastos do deputado - que foi candidato a prefeito de Santo André - pago pela Assembleia chegaram a R$ 236,9 mil com locação e manutenção de imóveis, serviços gráfico, materiais de escritório, combustível, dentre outros. Para envio de cartas nesse mesmo ano, gastou mais R$ 1.022,70. Os deputados estaduais têm direito a um veículo, 14 assessores, verba de gabinete de aproximadamente R$ 20 mil por mês e salário de R$ 12 mil.