Internacional Titulo Afeganistão
Desacordos derrubam governo holandês
Da AFP
20/02/2010 | 10:53
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O governo de coalizão holandês, em divergência sobre a prorrogação da missão das tropas do país no Afeganistão, chegou ao fim, anunciou na madrugada de sábado o primeiro-ministro Jan Peter Balkenende.

"Vou apresentar à rainha a demissão dos ministros e secretários de Estado do PvdA", declarou Balkenendem, a respeito do Partido Trabalhista, em uma entrevista coletiva em Haia.

"Vou colocar à disposição as pastas e funções dos outros ministros e secretários de Estado", completou.

"A rainha Beatriz aceitará que o governo não pode governar", afirmou o porta-voz do ministério do Interior, Vincent van Steen.

"Todos esperam que a rainha dissolva o governo e convoque novas eleições o mais rápido possível", completou, antes de ressaltar que a votação deve acontecer provavelmente antes do verão (hemisfério norte), em junho no mais tardar.

Neste caso, os ministérios do Partido Trabalhista devem ser atribuídos temporariamente aos outros dois partidos de coalizão.

Divergências - Os ministros de três partidos de centroesquerda se reuniram na sexta-feira para examinar o pedido da Otan para que a Holanda permaneça por mais um ano no Afeganistão, até agosto de 2011, com uma missão reduzida.

O Partido Trabalhista do ministro das Finanças, Wouter Bos, rejeita de forma categórica o prosseguimento da missão holandesa em Uruzgan, província com forte presença talibã.

Já o primeiro-ministro Balkenende e seu ministro das Relações Exteriores, Maxime Verhagen, foram pressionados, em particular pelos Estados Unidos, para a manutenção das tropas holandesas no Afeganistão.

Nenhum consenso foi alcançado na reunião dos líderes. Os deputados pediram uma decisão ao governo até 1º de março.

Wouter Bos foi acusado por vários partidos de tentar se aproveitar da situação a duas semanas das eleições municipais, programadas para 3 de março, em um momento de baixa de seu partido nas pesquisas. A missão holandesa no Afeganistão sempre foi impopular no país.

A Otan reagiu à crise na Holanda e defendeu uma missão reduzida do país.

"O secretário-geral continua pensando que o melhor prosseguimento possível para missão seria uma nova operação, menor, depois de 2010", declarou o porta-voz da Aliança Atlântica, James Appathurai.

Apresentada como um exemplo no cenário internacional, a missão da Holanda no Afeganistão tem agora um futuro incerto. "É um debate holandês que a Otan respeita", disse Appathurai.

Os soldados holandeses se encontram em Uruzgan como parte da Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança) da Otan, uma força que tem 85 mil soldados.

Vinte e um oficiais holandeses morreram no Afeganistão desde o início da missão, em agosto de 2006.

 

 




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