Política Titulo Sem falar a mesma língua
Oposição de Mauá começa a se fragmentar
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
07/01/2010 | 07:40
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A oposição de Mauá já não fala a mesma língua. Sem votos para derrubar propostas polêmicas enviadas pela administração do prefeito Oswaldo Dias (PT), os quatro vereadores que compõem a bancada - Atila Jacomussi (PV), Alberto Betão Pereira Justino (PSB), Manoel Lopes (DEM) e Silvar Silva Silveira (PV) - têm priorizado trabalhos individuais.

Apesar de alardearem que a oposição ainda é a mais acirrada já feita na história da cidade, parlamentares destoam na defesa e mostram enfraquecimento do bloco na clara divergência dos rumos do grupo que não defende, nem mesmo, a permanência dos quatro integrantes até o fim deste ano.

Manoel nega problema de relacionamento entre os vereadores, mas ressente-se da postura dos companheiros. "Faço tudo em conjunto. Se Atila preferiu protocolar esse pedido sozinho, não posso fazer nada. Respondo por mim quando digo que Oswaldo pode me oferecer o que quiser, que não aceito ser situação".

Sem apontar nomes, Atila aposta que a oposição deve perder integrantes em breve. "Somos uma oposição mais agressiva. Agora, acho que apenas DEM e PV continuam até o fim".

Segundo ele, já que três vereadores do PSB estão na situação, Betão tem sido pressionado pelo partido para acompanhar os colegas de bancada. "Betão está em um partido que não se definiu. Parte dele está com a situação e ele fica conosco", explica.

Atila também nega que a decisão de seguir sozinho com o pedido de investigação contra o PT tenha causado distúrbios no grupo. "As últimas ações já vinham sendo investigadas individualmente, para não perder o foco de ação do vereador, algumas são exploradas assim", afirma. "Mas isso não significa que as próximas serão da mesma forma".

Procurados, Betão e Silvar não foram encontrados até o fechamento desta edição.

DISTANCIAMENTO - O distanciamento entre os vereadores, que assinavam conjuntamente requerimentos e pedidos de investigação da administração no Ministério Público, aconteceu no fim de 2009, após rumores da possível saída de Silvar do grupo. Nos bastidores do Legislativo, informações sobre reuniões entre o verde e o secretário de Governo, José Luiz Cassimiro, eram constantes. A situação culminou em discurso ácido do parlamentar na tribuna, criticando a postura de "moleque" dos colegas. "Fui situação no governo de Oswaldo para nunca mais", alertou à época.

Ainda após o incidente, o apoio de Betão a projeto do Executivo que alterava o zoneamento da cidade também causou mal-estar, mas foi defendido por Silvar. "Betão ainda é integrante da oposição, seu voto é apenas condicional neste projeto", diz o verde.

Ainda em 2009, Silvar protocolizou sozinho emendas ao orçamento, sem pedir a assinatura dos colegas.




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