O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), afirmou que não irá quitar pendências com entidades e ONGs (organizações não-governamentais) com problemas em prestação de contas e com questionamentos judiciais. "Quem não prestar contas não vai receber. É a política do novo governo."

Lauro herdou R$ 48,6 milhões em restos a pagar da gestão do ex-prefeito Mário Reali (PT), fato que fez com que as secretarias de Finanças e de Assuntos Jurídicos realizassem pente-fino nos contratos da Prefeitura com fornecedores e entidades.

Alguns convênios estão com atraso de seis meses no repasse. Há entidades que reclamam que o não pagamento tem atrapalhado a prestação de serviços à comunidade.

Segundo o prefeito, acordos em vigência estão sendo honrados a partir de janeiro com empresas e ONGs que prestaram corretamente as contas. "As dívidas do ano passado serão rediscutidas com cada fornecedor", afirmou o chefe do Executivo.

"Muitos desses passivos não estavam previstos no Orçamento deste ano. Pegamos a casa de pernas para o ar. Recebi um presente de grego do Mário", emendou Lauro.

FUNCIONALISMO

Lauro evitou falar em números, mas disse que há "boa perspectiva" na negociação de reajuste ao funcionalismo público. "Os servidores terão uma boa notícia, algo que nunca tiveram antes."

O governo previu apresentar na terça-feira contraproposta ao Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema), porém o anúncio foi postergado para a próxima semana. A entidade reivindica 7,39% de reajuste, além de aprovação de 14 itens na pauta de discussão, como plano de carreira e acréscimo no valor do vale refeição de R$ 215 e R$ 400 mensais.

As reuniões têm sido conduzidas pelos secretários Francisco José Rocha (Finanças), Gesiel Duarte (Gestão de Pessoas), Fernando Moreira Machado (Assuntos Jurídicos) e o chefe de Gabinete, Adler Kiko Teixeira (PSDB).