O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), não atendeu à recomendação do Ministério Público e até agora não enviou a lista com os nomes e os cargos dos funcionários da administração que têm parentes empregados no alto escalão do governo.

O petista tinha até o dia 21 para apresentar a planilha, mas nenhum documento foi juntado ao processo de apuração da promotoria. A defensora pública Silvia Marques Gonçalves Pestana não retornou os contatos da reportagem para explicar quais serão os próximos passos do MP no caso.

A instituição, que defende os interesses da população, atendeu pedido do Executivo, datado de setembro, para ampliar o prazo para resposta em 60 dias. A solicitação foi atendida. A Prefeitura, então, distribuiu questionário para aos servidores de livre nomeação para saber quem tem familiar, até o terceiro grau de parentesco, na condição de chefia.

Procurada, a Prefeitura também não respondeu se a análise das informações sobre os comissionados já foi realizada e concluída, pronta para ser enviada ao MP, ou se pedirá mais prazo para encaminhar os dados à promotoria. A administração também não informou o motivo que a levou a perder o prazo.

A recomendação do Ministério Público ao prefeito Luiz Marinho, feita em junho, é enfática ao destacar que, se não houver a exoneração dos contratados com parentes no alto escalão, a entidade "tomará as medidas legais necessárias a fim de assegurar a sua implementação, inclusive através de ajuizamento de ação civil pública cabível, com responsabilização de ato de improbidade administrativa, bem como o ressarcimento ao erário público".

Recentemente, a administração demitiu dois familiares do ex-chefe do Executivo e hoje assessor especial de gabinete, Maurício Soares (PT). A irmã, Mercês de Almeida Simões, e o cunhado do aliado de Marinho, José Ferreira Simões, deixaram a Prefeitura dia 19.

Há outros parentes de Maurício na administração petista e, especula-se, de secretários e até vereadores.