Entidades ligadas a movimentos civis e religiosos preparam protestos hoje e amanhã, no Rio e em Brasília, contra a visita do presidente Mahmoud Ahmadinejad e as violações dos direitos humanos no Irã. Os manifestantes, organizados na recém-criada FLI (Frente pela Liberdade no Irã), pedirão que o governo brasileiro cobre explicações do presidente iraniano, que será recebido amanhã pelo presidente Lula.

"Manifestamos-nos contra o presidente que nega deliberadamente o Holocausto e prega o fim de Israel. Alguém que nega a história e que não fala de futuro não agrega nada ao Brasil", criticou Boris Ber, presidente da Federação Israelita de São Paulo.

O ato de hoje está previsto para ocorrer às 11h, em Ipanema, nas esquinas da avenida Viera Souto com a rua Maria Quitéria, no Rio. Em Brasília, a partir das 12h, em frente ao Itamaraty. No domingo passado aconteceu a primeira rodada de manifestações, com protestos em 15 Estados.

Além de grupos israelitas, judeus e minorias iranianas, integram o movimento grupos de homossexuais, de negros e outras organizações sociais. Em manifesto redigido pela entidade, eles acusam Ahmadinejad de impor restrições sobre a liberdade de expressão, perseguir e torturar ativistas dos direitos humanos, executar crianças, negar o Holocausto, tentar acabar com Israel e contrariar acordos internacionais ao desenvolver estudos de armas nucleares.

Presidente da Confederação Israelita do Brasil, Cláudio Lottenberg repudiou a presença do iraniano no País. "Ahmadinejad despreza o diálogo e a democracia, dois ingredientes fundamentais para a busca da paz, da justiça e da segurança. Acreditamos que sua visita ao Brasil não responde aos interesses da construção da democracia em nosso País e tampouco envia a sinalização correta a um líder que, em vez de priorizar o diálogo, cultiva o confronto."