Maior circuito Challenger da América Latina, a Copa Petrobras encerrou a edição de 2009 em grande estilo, neste domingo, com o paulista Thomaz Bellucci campeão da etapa de São Paulo. Na final, na quadra central da Sociedade Harmonia de Tênis lotada, o tenista número 1 do Brasil e 43º do mundo ratificou a condição de principal favorito do torneio e venceu pela primeira vez na carreira o equatoriano Nicolás Lapentti, 130º e cabeça-de-chave 5, por duplo 6/4, em 1h33min de partida.

O jogo foi tenso, mas Bellucci manteve a frieza, superou momentos de instabilidade e encerrou a temporada 2009 com seu sexto título de nível challenger. O brasileiro contabilizava três derrotas para Lapentti nos últimos 18 meses. A primeira foi no Brasil Open do ano passado, quando ainda iniciava sua caminhada; depois perdeu a vaga no Masters de Monte Carlo mesmo tendo o saque a favor para fechar a partida; e por fim sofreu uma dolorosa queda na segunda partida pela repescagem da Copa Davis, há 45 dias, em Porto Alegre, todas sobre o saibro.

A primeira vitória sobre o equatoriano Nicolas Lapentti foi comemorada com reservas. "Nico é um cara que não encaixa muito no meu estilo, além de ser firme e ter 10 anos a mais de circuito do que eu. Acho que hoje fui um pouco melhor que ele, consegui atacar e saquei bem. Há um sabor especial em ganhar em São Paulo, foi emocionante", avaliou ele, feliz pela maciça presença de público nas rodadas finais e pelo apoio recebido.

Com os 90 pontos acumulados em São Paulo, Bellucci rompe a barreira do top 40 duas semanas depois de furar a faixa dos 50 primeiros, indo assim além de sua expectativa. Ele deve aparecer como 37º colocado do ranking mundial nesta segunda-feira.

"O objetivo é me firmar, manter o ranking, ter uma temporada mais regular. Em 2009, somei grandes resultados, mas também houve momentos em que não fui tão bem. Vou buscar regularidade e consistência nos vários pisos e com isso poderei até melhorar o ranking", disse.

A partida deste domingo mostrou equilíbrio e nervosismo. Os dois jogadores não apresentaram seu mais alto nível, mesclando boas jogadas com erros, muitas vezes dentro do próprio game. Bellucci, no entanto, conseguiu ser sempre mais eficiente com o saque a favor, cumprindo seu objetivo de trocar a direção da bola constantemente, variar golpes e ser agressivo. Obteve a quebra no nono game e sacou com precisão para fechar a série.

O segundo set parecia estar na mão do brasileiro, quando ele obteve a quebra logo no game de abertura. Com 4/2, desperdiçou nada menos que cinco chances de abrir vantagem definitiva e, para piorar, no game seguinte cedeu o seu serviço após se salvar por cinco vezes seguidas. Nico então abriu 40 a 15 para virar o marcador, mas o brasileiro não perdeu a confiança e, com bolas mais pesadas e profundas, voltou a tomar a dianteira e concluiu a partida novamente com coragem e arrojo, incluindo o ace decisivo.

Desta vez, as lamentações ficaram para o experiente Lapentti. "Não soube aproveitar minhas chances", queixou-se o ex-número 6 do ranking. "Fiz um bom primeiro set, mas ele jogou bastante bem no game em que conseguiu quebrar meu saque. Na outra série, conseguiu me recuperar de um mau início e igualei por 4/4. Senti que estava na partida e fiz 40 a 15, e então não consegui fechar".

Este foi o segundo título de Bellucci no Brasil, ambos de nível challenger, repetindo a bola campanha de Florianópólis do ano passado. Em 2009, ele havia sido finalista no Brasil Open e conquistado um challenger no saibro italiano de Rimini e o título no ATP 250 de Gstaad. Bellucci agora tem férias merecidas e já inicia sua pré-temporada em meados de novembro.