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Filhote de 'Bruxa de Blair'
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
01/11/2009 | 07:18
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Dez anos após o lançamento de A Bruxa de Blair, o cinemão norte-americano vê nascer fenômeno de bilheteria bastante semelhante. Paranormal Activity ou Atividade Paranormal, título que deve chegar aos cinemas brasileiros, é um terror de baixíssimo orçamento que pega o público justamente por seu estilo de filmagem que beira o documental. As cenas de maior impacto são em sua maioria escuras demais, rodadas com câmeras comuns. A confusão com a realidade acaba por apavorar ainda mais os espectadores, como mostram vídeos das primeiras sessões postados no YouTube. A estimativa é que o longa chegue ao Brasil em 4 de dezembro, com distribuição da Playarte.

O longa de estreia do israelense Oren Peli não bebe na fonte de A Bruxa de Blair apenas na estética "caseira". O boca-a-boca e, principalmente, o chamado marketing viral on-line foram importantíssimos para fazer com que o filme fosse galgando posições no ranking de bilheteria desde o seu lançamento, no fim de setembro.

O filme estreou em festivais alternativos e estava em exibição em relativamente poucas salas. A proposta Paramount, distribuidora norte-americana, foi de que os curiosos pedissem a exibição do filme às cadeias. Facebook, Twitter e outras redes sociais bombaram. A estratégia deu certo: o orçamento, de US$ 11 milhões, já foi coberto com a arrecadação de aproximadamente US$ 60 milhões. No fim de semana de 24 e 25 de outubro o filme chegou à liderança, desbancando Onde Vivem os Monstros.

O roteiro foi escrito por Peli, que antes criava games, após se mudar de casa e ouvir estranhos ruídos. Como em A Bruxa de Blair, os nomes dos personagens são os mesmos de seus desconhecidos intérpretes. O casal Katie (Katie Featherstone) e Micah (Micah Sloat) é perturbado por estranhos acontecimentos durante a noite. Resolvem então instalar câmeras pela casa para descobrir a origem dos barulhos. Bem longe de ser genial, mas consegue imprimir bons sustos.

Rodado em 2006, o filme foi comprado por Steven Spielberg, à época ainda um dos diretores da Dreamworks, e permaneceu engavetado até chegar à Paramount.

Enquanto Atividade Paranormal resgata a estética documental em favor do horror, os criadores de A Bruxa de Blair pensam em uma continuação que faça jus ao projeto inicial, que custou US$ 100 mil e rendeu US$ 250 milhões.

Embora sejam produtores-executivos da bomba A Bruxa de Blair 2 - O Livro das Sombras, lançado em 2000, os criadores Eduardo Sanchez e Daniel Myrick rejeitam o filme como sequência. Na história original, três jovens desaparecem durante as filmagens de um documentário que esmiuçaria uma lenda no interior de Maryland. Heather Donahue, Joshua Leonard e Michael Williams, que interpretaram os documentaristas, receberam instruções de como usar suas câmeras e então foram levados para uma floresta.

O conto da tal bruxa foi criada por Sanchez e Myrick ainda na faculdade de cinema. O elenco recebia instruções em mensagens anotadas em caixas de leite. À noite, o trio era aterrorizado pelos produtores, que se mantiveram o tempo todo escondidos.




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