Até quinta-feira, faltando um dia útil para terminar o mês de outubro, os brasileiros haviam comprado 278.860 veículos novos, média diária de 13.943 unidades, segundo levantamento preliminar do setor automobilístico. O número final vai ficar abaixo do volume recorde comercializado em setembro, de 308.760 unidades (14.702 ao dia), mas já é o melhor outubro da história. Alguns modelos têm fila de espera.

Foi o primeiro mês do retorno gradual da cobrança do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que estava zerado para
modelos populares desde meados de dezembro e reduzido à metade para os com motor até 2.0.

A maioria das montadoras e concessionárias não repassou o aumento para vários modelos. A partir de amanhã, quando a alíquota sobe mais um pouco, os repasses devem ser mais generalizados, afirmam as empresas.

Em outubro do ano passado foram vendidos 239.236 veículos (incluindo caminhões e ônibus). O recorde anterior, porém, havia sido em 2007, com 244.451 unidades. No acumulado do ano, até quinta-feira, as vendas somam 2.580.900 unidades, 6,5% a mais do que em igual período de 2008. As montadoras mantêm projeções de vendas recordes de cerca de 3 milhões de veículos neste ano.

"Não vamos repassar o novo aumento do IPI aos preços até quando aguentarmos", disse Antonio Carlos Palazzini, do grupo de concessionárias Chevrolet Palazzo. Segundo ele, a rede de distribuidores hoje só tem dificuldades na entrega imediata do modelo Classic, cuja produção na Argentina foi reduzida para dar espaço à produção do recém-lançado Agile.

Na Volkswagen Amazon, os importados de luxo Tiguan e Passat só chegam em dezembro. Para dar conta da demanda de modelos nacionais, a VW tem operado em quase todos os sábados. A Fiat diz que está demorando até três meses para entregar a versão cabine dupla da Strada, outro recente lançamento no mercado. Na Citroën, algumas versões de C4 hatch, C4 Pallas e C3 levam de 15 a 20 dias para entrega.