Em conversa descontraída com ministros mais próximos, há cerca de 15 dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu os presentes ao levar para a roda um fato recente, mas fora da agenda atual: a mão que deu a José Sarney (PMDB-AP) para mantê-lo na presidência do Senado mesmo com o escândalo dos atos secretos que beneficiaram parlamentares e seus parentes. "Quem ganhou fui eu, porque o PMDB vai marchar com Dilma", disse Lula, segundo um dos presentes, ao se referir à aliança que está costurando para a disputa presidencial, com a sua candidata, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Lula tinha nas mãos alguns números sobre o PMDB, todos comprovando o gigantismo do partido. Tem mais. Somando-se os três minutos do tempo de TV e rádio do PT com os três minutos e 12 segundos do PMDB, sem considerar outros partidos e uma nova contagem a ser feita pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a partir do número de candidatos, a coligação somaria seis minutos e 12 segundos, tempo superior ao de todas as oposições reunidas.