Política Titulo Oposição
Vereadores de S.Bernardo definem hoje estratégia
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
29/09/2009 | 07:42
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Os dez vereadores da oposição de São Bernardo se reunem hoje para definir a estratégia a ser adotada sobre o voto fantasma, ocorrido na sessão do dia 19 de agosto. Segundo parecer jurídico dos advogados do Legislativo, tem de haver uma denúncia formal, com apontamento de possíveis culpados e provas, para que o fato seja apurado.

Assim, o documento isenta o presidente da Casa, Otávio Manente (PPS), de qualquer responsabilidade para investigar o caso, cujo principal suspeito é o companheiro de partido Marcelo Lima - o popular-socialista teria sido o autor do voto computado em nome de Estevão Camolesi (PTdoB), que no momento da votação não estava no plenário.

Os parlamentares contrários à administração do prefeito Luiz Marinho (PT) têm uma situação política indigesta para resolver. Se não fizerem nada, o voto fantasma será engavetado sem qualquer averiguação, pois a bancada governista está coesa - apesar de alguns vereadores demonstrarem incômodo pelo compromisso com a ética - e não vai se movimentar contra um parlamentar aliado.

Se a opção for por indicar supostos culpados pela irregularidade, o relacionamento entre os pares da Câmara, que já não é dos mais aprazíveis, pode se complicar ainda mais. No primeiro semestre, os parlamentares dos blocos adversários chegaram a causar empurra-empurra e trocaram ofensas.

Para evitar que as coisas cheguem a essas circunstâncias, ventila-se que no jogo de xadrez que envolve o caso uma das peças a serem movimentadas pela oposição pode colocar o presidente da Casa em xeque-mate. Mas os jogadores evitam comentar o assunto.

"Ainda não definimos o que faremos. Conversaremos amanhã (hoje) para definir os próximos passos a serem tomados", afirmou cauteloso Ary de Oliveira (PSB). Indagado sobre a situação inóspita que se encontram os parlamentares oposicionistas, o socialista reage. "Na verdade, ficou ruim para eles (situacionistas). Os jornais relataram o ocorrido, existem fotos."

Hiroyuki Minami (PSDB) observou que "faltou vontade política" para que a apuração acerca da infração fosse iniciada. "Temos de saber o que aconteceu de fato. Se o autor reconhece o erro, se houve má-fé, se foi descuido. O que não pode é terminar como se nada tivesse acontecido."

Antônio Cabrera (PSB) enfatizou que os vereadores governistas também têm responsabilidade sobre o caso, que "é institucional". "Não cabe só a nós trabalharmos para chegar a uma conclusão. Os 21 parlamentares deveriam estar se mexendo", destacou. "Se fosse um de nós (da oposição), já teria o mandato cassado", concluiu.TL




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