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Dilma aumenta agenda e pede definição do PT
22/09/2009 | 07:52
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Diante da pressa do PMDB em lançar até outubro aliança para 2010, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, assegurou aos aliados que aumentará sua agenda de viagens e participação em eventos públicos e praticamente cobrou uma definição do PT. Dilma deixou claro, no entanto, que as críticas pela demora em se comportar como candidata devem ser repassadas ao PT, pois ela tem impedimentos legais de assumir a candidatura.

O desconforto com a situação da candidata preferida de Lula à Presidência aumentou nos últimos dias com as movimentações dos também pré-candidatos da base aliada, Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV). Auxiliares do presidente Lula disseram à ministra que não dá mais para ela se limitar ao papel de "gerente" do governo. Mesmo com as limitações impostas pela legislação eleitoral, Dilma precisa "arregaçar as mangas" e deixar claro que está na briga pelo Planalto, segundo assessores.

Ontem, a ministra concedeu entrevista coletiva, a primeira desde o anúncio dos projetos do pré-sal, no final de agosto. Na rápida conversa, ela disse que o PT deverá definir o leque de alianças com vista à candidatura ao Planalto até outubro. Foi uma resposta ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, afirmou que Dilma deveria assumir sua candidatura.

Hoje, a ministra participará do seminário Pré-Sal e o Futuro do Brasil, em um centro de convenções de Brasília. Na sexta-feira, concederá entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros em São Paulo. A partir de agora, disse um ministro, a tendência é que Dilma aumente o espaço na sua agenda para eventos públicos.

No governo, Lula e seus assessores diretos observam que outros pré-candidatos, como o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), estão em "campanha" faz tempo e só a "imprensa" não quer ver.

Líderes do PT foram orientados pelo governo a acelerar o debate da sucessão. "Ela é a candidata do coração da militância", disse o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP). Auxiliares de Lula, no entanto, dizem que não é bem assim e avaliam que não há riscos de Ciro e Marina ganharem espaço no PMDB e em outros partidos da base, mas consideram importante que ela se aproxime de simpatizantes do governo, militantes e parlamentares aliados. Os auxiliares de Lula observam que o próprio presidente, em viagem a Porto Alegre na sexta-feira, voltou a dizer que Dilma era candidata, o que seria um aviso de que a ministra não tem tempo a perder.

Em meio às dificuldades do governo com as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a estratégia do presidente e dos assessores é associar o nome de Dilma à política social do governo, uma área com números positivos que ela nunca opinou. Embora seja vista como centralizadora na Casa Civil, a ministra sempre se manteve distante do Programa Bolsa Família, uma das principais políticas sociais do governo Lula.




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