Autor do gol do empate por 1 a 1 entre Santo André e São Paulo no primeiro turno do Campeonato Brasileiro, o meia Marcelinho Carioca é visto pelos jogadores do São Paulo como principal arma do Santo André e a peça a ser marcada no duelo de hoje.

Tanto pela inteligência em saber armar as jogadas quanto pela habilidade na bola parada, o Pé de Anjo terá atenção redobrada por parte dos tricolores - mesmo porque o meia, em toda a carreira, já marcou 12 gols contra o São Paulo, sendo dez pelo Corinthians, um pelo Vasco e o último pelo Ramalhão.

"O Marcelinho sabe trabalhar na parte ofensiva. Com a bola no pé, ele dá uma dinâmica forte, tem o passe preciso para enfiar a bola aos atacantes. É preciso encurtar o espaço, porque é um jogador que faz a diferença", orientou o lateral-esquerdo Júnior César.

Até em razão disso o técnico Ricardo Gomes efetuou um trabalho específico de quase 50 minutos com a defesa são-paulina para se precaver das cobranças de escanteio e falta do Pé de Anjo. "O Marcelinho sempre preocupa. Ele tem uma técnica apuradíssima, passa e finaliza bem", elogiou Ricardo Gomes, que também pediu aos jogadores para evitarem cometer faltas na proximidade da área são-paulina.

"Pela maneira como ele pega na bola, não pode fazer falta nem perto da área e nem de longe", afirmou o zagueiro Rodrigo, que será titular no jogo de domingo. "Ele pode fazer gols ou colocar os companheiros em condições de fazer.", completou Rodrigo.

De fato, Marcelinho tem motivos para despertar a atenção dos adversários. Nesse Campeonato Brasileiro é um dos maiores finalizadores com 3,9 por jogo.

Relembrando o confronto pelo Paulistão, quando o Ramalhão venceu em pleno Morumbi por 2 a 0, Júnior César quer um jogo com fim diferente. "Eles vieram aqui e complicaram para gente. O momento agora é outro, e esperamos que seja diferente. É um time que sabe trabalhar a parte ofensiva. Cabe a nós entrar concentrados e com muito, mas muito respeito a eles, porque será um jogo equilibrado", afirmou.

CAMPO NEUTRO - Os jogadores do Tricolor admitiram levar vantagem no jogo de hoje pelo fato de atuarem em campo neutro (Ribeirão Preto) em vez do Bruno Daniel. "O problema é do mandante, não é nosso. O São Paulo não é o primeiro clube a tirar proveito, se é que posso dizer dessa forma, e nem será o último", observou o técnico Ricardo Gomes. "Teoricamente será mais fácil, porque no campo do Santo André a gente teria mais dificuldade", opinou o lateral-esquerdo Júnior César.

O zagueiro Rodrigo, no entanto, foi mais realista. "A gente sabe que vai ter mais torcida que a deles, mas na hora que a bola entra em campo as equipes são iguais."(com Agências)

Ricardo Gomes se preocupa com os atletas pendurados

O adversário da vez é o Santo André, mas ninguém no Morumbi se furta a pensar no clássico da semana que vem contra o Corinthians. Cinco jogadores estão pendurados com dois cartões amarelos. Ricardo Gomes deixará pelo menos dois deles no banco de reservas - o meia Marlos e o zagueiro Renato Silva - e pediu prudência para os atacantes Dagoberto e Borges e o defensor Miranda.

"Já conversamos sobre isso com os atletas. É claro que eles têm motivação de jogar um clássico. Então, a preocupação existe, sim", disse o treinador.

Ricardo Gomes conversou com os pendurados durante a semana. Não quer ver ninguém evitando as divididas para não tomar cartão. "Se tivermos de levar amarelo, vamos levar mesmo", afirmou o zagueiro Rodrigo, que entrará na vaga de Renato Silva e também quer garantir seu lugar no clássico. "Futebol é um esporte de contato e a gente corre o risco de fazer uma falta mais dura a toda hora. Não tem como jogar firme e tirar o pé das divididas, né?", raciocinou o jogador, feliz por estar entre os titulares "Acho que devo ganhar a vaga pelo que estou demonstrando."

E se o São Paulo treinou jogadas de bola parada com a defesa, para se precaver de Marcelinho Carioca, também trabalhou a mesma jogada ofensivamente. O goleiro Rogério Ceni, inclusive, cobrou algumas faltas. Neste domingo, pode ter a chance de marcar seu primeiro gol na temporada. (com AE)