Economia Titulo Retração
Economia da Rússia despenca 10,9% no segundo trimestre
Da AFP
11/08/2009 | 08:10
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A economia russa registrou um resultado pior que o previsto no segundo trimestre, com um recuo de quase 11% de seu PIB (Produto Interno Bruto), mas pode esperar uma pequena melhora no segundo semestre, segundo analistas entrevistados nesta terça-feira pela AFP.

O PIB desabou 10,9% no segundo trimestre, em comparação com o mesmo período um ano atrás, segundo estimativas da agência russa de estatísticas (Rosstat) publicadas nesta terça-feira. Este indicador, no entanto, aumento 7,5% em relação ao primeiro trimestre de 2009.

As estimativas do segundo trimestre superaram mais uma vez as previsões das autoridades russas: no fim de abril, o vice-ministro do Desenvolvimento Econômico Andreï Klepatch havia indicado esperar para este período um recuo do PIN em um ano de entre 8,7% e 10%.

"É bem pior do que o mercado esperava", ou seja, uma queda de 10,2%", comentou Chris Weafer, economista do banco de investimentos moscovita Uralsib. Para o conjunto de 2009, o governo prevê uma queda do PIB de 8,5%.

Estes dados contrastam totalmente com os dados elevados de outros países emergentes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), notou o analista, explicando que a China prevê um crescimento anual de 10%, a Índia de aproximadamente 8% e o Brasil, 2%.

Segundo o economista, esta severa contração se deve principalmente ao fato de que os bancos russos emprestam muito pouco às empresas, apesar dos apelos para o aumento do volume de crédito para irrigar a economia do país.

O setor bancário russo, duramente abalado pelas turbulências da crise financeira mundial, é particularmente vulnerável aos créditos de risco, segundo um estudo da agência de classificação de risco Moody's, o nível dos créditos duvidosos dos bancos na Rússia aumentou no início de junho a 11% de sua carteira total, mas este percentual pode aumentar a 20% daqui ao fim do ano.

"Mas no final das contas, o problema mais importante da economia russa é que não houve diversificação nos últimos oito ou dez anos", considerou Weafer.

Segunda-feira, o presidente Dmitri Medvedev disse que a Rússia deve reformar sua economia, que dependem atualmente fortemente da venda de seus hidrocarbonetos, para sair do impasse atual. "Sem isso, a economia não tem futuro", advertiu.

Impulsionada pelos petrodólares, a Rússia registrou nos últimos anos taxas de crescimento vertiginosas: 5,6% em 2008, 8,1% em 2007, 7,7% em 2006.

"Mas desde que começou a crise, desabamos. E nos afundamos de maneira mais intensa do que inúmeros outros países", reconheceu o presidente russo.




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