Política Titulo Após recesso
Assembleia Legislativa retoma trabalhos em ritmo sonolento
09/08/2009 | 07:11
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Se no Senado a semana pegou fogo, com trocas de elogios e afagos entre os nobres colegas e as vossas excelências, a volta do recesso na Assembleia Legislativa de São Paulo não soltou faísca alguma. Noventa e três dos 94 deputados retornaram ao Palácio 9 de Julho para cumprir o expediente - o presidente da Casa, Barros Munhoz (PSDB), pediu licença médica após detectar endocardite ao fazer exames para cirurgia de redução do estômago.

Justamente pelo afastamento de Munhoz, homem forte do governador na Assembleia, o ritmo das sessões em plenário foi sonolento. Algumas comissões se reuniram, emendas foram elaboradas nos gabinetes, a CPI dos Cursos de Medicina ouviu a reitora de uma faculdade, um manifesto pelo desarmamento nuclear foi realizado... Nada muito decisivo.

Não se cogitou adiar a volta do recesso por conta da gripe suína. Afinal, os deputados não precisavam temer aglomerações: o plenário esteve vazio de segunda a sexta.

COMPASSO DE ESPERA - Na segunda-feira, o presidente interino Conte Lopes (PTB) ditou o que seria o passo da semana e, quiçá, do semestre: "Ah, agora começa o ano eleitoral. Temos de esperar os acontecimentos."

O líder da bancada do PT, Rui Falcão, insistiu diariamente na convocação de partidos da base do governo Serra - mas que, em âmbito federal, apoiam Lula - a formar um bloco de oposição ao governador tucano. A grande expectativa era de que o PSB, o mais assediado, por ser o partido de Ciro Gomes, possível candidato de Lula ao governo de São Paulo, se manifestasse. Mas quando Jonas Donizette, vice-líder do governo e ex-líder da bancada do PSB, subiu ao púlpito, foi para falar da Campanha Permanente de Arborização. Ao descer, foi abordado por Falcão. Trocaram papéis, cochicharam, despediram-se.

Há 838 proposições na Ordem do Dia e nenhuma foi discutida nesta semana - o que não quer dizer que novas proposições não estejam sendo feitas nos bastidores.

As sessões ordinárias do plenário amornavam um pouco quando o tucano Milton Flávio subia à tribuna. Acusado de ser o ventríloquo do PSDB, por seus ataques diretos à oposição, Flávio desafiou os petistas a comparar o governo estadual ao federal em qualquer área e garantiu que Serra ganharia sempre.

De fato, o ano eleitoral na Assembleia já começou. A discussão sobre o orçamento de 2010 deve ser permeada pela disputa, assim como a CPI da CDHU - os dois grandes temas dos parlamentares paulistas até o fim do ano. 




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