O ex-prefeito de Santo André pelo PT João Avamileno criticou ontem o atual chefe do Executivo, Aidan Ravin (PTB), que abortou de seu governo o OP (Orçamento Participativo), uma das principais marcas das administrações petistas de discussão de prioridades com a população para o orçamento municipal.

"O que foi bom a gente copia", receitou o ex-prefeito andreense, referindo-se aos números do Orçamento Participativo nos 16 anos de governo petista. Segundo Avamileno, pelo menos 300 obras na cidade foram concluídas com propostas da população. "O Hospital da Mulher, no Parque Novo Oratório, é um exemplo de demanda que saiu do OP", garantiu.

Avamileno ainda acrescentou que outros partidos, como PDT, PSB e até mesmo o PTB, do atual prefeito e vice-prefeita (Dinah Zekcer), aderiram ao OP em outras cidades. O ex-prefeito não se recordou do município onde o PTB adotou o programa.

O ex-chefe do Executivo marcou presença na primeira plenária do Orçamento Participativo Alternativo, como o Diretório Municipal do PT batizou o novo instrumento de participação popular, de um total de dez reuniões. O encontro ocorreu pela manhã em salão da Igreja São Camilo de Léllis, em Camilópolis, região que integra outros sete bairros. A plenária geral será dia 26 de setembro, no auditório da Câmara - horário ainda não confirmado .

Agora na oposição, a bancada do PT mudou o formato das discussões do orçamento para um caráter mais propositivo. "As sete demandas registradas hoje (ontem) serão encaminhadas pelos vereadores petistas como emendas ao orçamento de 2010", explicou Antonio Leite, coordenador da primeira reunião. A organização apontou o registro de 102 "contribuintes", ou seja, moradores da região de Camilópolis.

REIVINDICAÇÃO - Demandas como manutenção de praças e pavimentação asfáltica foram levantadas pela população. No entanto, Leite ressaltou os pedidos pontuais de ampliação de vagas em creches públicas; a instalação de um Centro de Formação Profissional e a ampliação das especialidades médicas, além de maior agilidade na realização e entrega dos exames laboratoriais.

Os vereadores terão até o dia 30 de setembro para propor as emendas à peça orçamentária. Para os petistas, um novo caminho a seguir, já que nos últimos anos nenhuma proposta foi encaminhada por ser situação.

Assim como Avamileno, o vereador afirmou que é um "equívoco" do prefeito Aidan não entender a proposta do Orçamento Participativo. "Não estamos fazendo nada à revelia do prefeito. É uma prerrogativa dos vereadores propor emendas. Só que estamos abrindo a discussão com a população", justificou Leite, parlamentar no quarto mandato.

GESTÃO ATUAL - No lugar do Orçamento Participativo, a gestão Aidan Ravin instituiu, por meio de lei específica, o CMO (Conselho Municipal de Orçamento), integrado por cinco representantes do Poder Executivo e cinco da sociedade civil. A proposta é discutir com a população a aplicação das verbas orçamentárias.

O Diário não localizou ontem o prefeito Aidan Ravin para comentar o assunto. A vice-prefeita, Dinah Zekcer, não retornou as ligações.