Política Titulo Por um fio
Secretário abala aliança Alex-Marinho em São Bernardo

Chefe da Comunicação de São Bernardo se aproximou do grupo petista a contragosto do deputado estadual

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
21/07/2009 | 07:25
Compartilhar notícia


Entrevero entre o secretário de Comunicação da Prefeitura de São Bernardo, Edmar Luz de Almeida, e o deputado estadual Alex Manente (PPS), o qual indicou o responsável da Pasta para o cargo, respinga na relação do parlamentar com o prefeito Luiz Marinho (PT).

Alex estaria descontente com a aproximação de Edmar com o grupo petista do Paço. Segundo informações de bastidores, o secretário tem dado mais atenção a demandas dos atuais companheiros de administração do que às solicitações do deputado.

Antes de ingressar no Executivo, Edmar foi assessor de imprensa do popular-socialista na campanha eleitoral do ano passado, quando Alex se candidatou a prefeito - no segundo turno apoiou Marinho e ganhou a Secretaria de Comunicação -, na Assembleia Legislativa e na Câmara, no período em que o político foi vereador.

Os rumores são de que a rusga entre o deputado e o secretário estaria em estágio avançado. Manente, inclusive, já teria pedido ao chefe do Executivo a exoneração de Edmar, que está confiante em permanecer na função, apoiado na afinidade conquistada junto à claque petista.

O secretário, no entanto, deve mesmo ser retirado do cargo, já que haveria um grande ônus para Marinho bancar sua permanência. Além da adesão do deputado ao projeto administrativo petista, o prefeito poderia perder força na Câmara.

O pai de Alex, Otávio Manente (PPS), preside a Casa e comanda o bloco híbrido, formado por mais um vereador popular-socialista e dois democratas. Um rompimento com o parlamentar acarretaria em uma cizânia também com esse grupo, e fortaleceria a bancada de oposição no Legislativo - hoje há divisão de forças na Casa.

A continuação de Edmar na Comunicação estaria atrelada ao processo licitatório para contratação de empresa de publicidade. Após revogar a concorrência vencida pela RP Representações no ano passado, a Prefeitura abriu novo certame no início de junho.

O prazo para propostas termina dia 5 de agosto. O trabalho do secretário na Pasta teria validade até a conclusão do processo, mas há pressão do grupo de Manente para que a saída de Edmar seja imediata.

O parlamentar não quis comentar o assunto. A reportagem não obteve retorno do secretário e de outros integrantes da Prefeitura.

Licitação anulada por Edmar está na Justiça

O processo licitatório para contratação de empresa especializada em serviços de comunicação, concluído em maio do ano passado, foi anulado pelo secretário Edmar Luz de Almeida em janeiro, com a justificativa de que lançaria no mercado uma concorrência "mais adequada à satisfação dos interesses públicos".

Mas o certame vencido pela RP Representações, no valor de R$ 7,5 milhões, por 12 meses de contrato, ainda passa por imbróglio judicial. O comerciante Valdir Botacini entrou na Justiça com o objetivo de suspender a extinção da licitação.

O contrato chegou a ser assinado e a conclusão do edital publicada no Diário Oficial. Dias depois, no entanto, o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), e a deputada estadual Ana do Carmo (PT), conseguiram liminar impedindo a homologação.

A alegação foi de que a legislação eleitoral não permitia celebração de contrato em ano de pleito, como foi 2008. No processo judicial, Botacini rebate essa colocação ao afirmar que a lei impede somente celebração de contratos seis meses antes da disputa nas urnas e o edital havia sido lançado em 2007.

Vigilantes do HMU paralisam atividades na quinta-feira

Com o objetivo de sensibilizar a Prefeitura de São Bernardo para que renove por mais um ano o contrato de prestação de serviços de segurança no HMU (Hospital Municipal Universitário), o Sindicato dos Vigilantes da cidade organiza paralisação da categoria na quinta-feira.

Amanhã, porém, promoverá assembleia para definir o formato do protesto - que deverá ser em frente ao Paço - e também consultar os profissionais da área para os próximos passos na negociação do PLR (Participação nos lucros e resultados) junto às entidades patronais.

O contrato com a empresa CopSeg foi prorrogado por apenas mais dois meses e os 212 trabalhadores que atuam na unidade de saúde correm o risco de serem demitidos caso o convênio não seja aditado.

"Terceirização não é doença contagiosa. O Executivo tem de ter responsabilidade social, pois são centenas de pais de famílias que podem ir para o olho da rua", frisou o presidente do Sindicato, Jorge Calabi.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;