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Peemedebistas saem em defesa de Sarney
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
19/07/2009 | 08:09
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A bancada de vereadores peemedebistas no Grande ABC, formada por seis parlamentares em quatro cidades (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema), está dividida em relação à crise que assola o Senado. A maioria, porém, é contrária à renúncia do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).

Nas opiniões de Sargento Juliano e José de Araújo, de Santo André, e Gilberto França, de São Bernardo, a saída do peemedebista do cargo não é a solução para a superação da crise ética instalada no Congresso - cuja boa parte da responsabilidade é atribuída a Sarney.

"Trata-se de uma pressão precipitada. É muito cedo para falarmos sobre uma possível saída. Os problemas começaram a ser apontados agora, e não há nada de concreto contra o senador. Vejo mais como uma tentativa da oposição de tumultuar", afirmou Juliano, único peemedebista na região a comandar hoje uma Câmara.

Araújo, colega de bancada de Juliano na cidade, segue o mesmo raciocínio. "Não sou favorável ao afastamento do Sarney, mesmo porque há um monte de denúncias que aconteceu em gestões anteriores. Antes de tudo, é preciso apurar as irregularidades apontadas", avaliou o parlamentar, para quem a saída de Sarney da presidência do Senado "atrapalharia" as investigações.

De São Bernardo, França também se posicionou contrariamente à saída de Sarney. "Sou favorável à apuração, até à exaustão. A partir daí, punir o culpado. Se fosse o caso de o senador estar atrapalhando as investigações, dificultando informações, repensaria minha posição. Mas não me parece ser o caso", sentenciou.

CONTRA A MARÉ
Com avaliação oposta à maioria dos vereadores do PMDB do Grande ABC aparecem Cida Ferreira (Diadema) e Joel Fontes (São Caetano).

"Estes indícios têm de ser averiguados. O senador Sarney deveria ser sensível e se afastar da presidência, deixando o trabalho fluir naturalmente", declarou Cida, única peemedebista nos legislativos da região a integrar a executiva estadual do partido - é também presidente estadual do PMDB Mulher.

Ela faz questão de reforçar, no entanto, que a sua avaliação é extensiva a outros políticos. "Quem exerce cargo público precisa ter sensibilidade e muito cuidado antes de fazer as coisas. É preciso pensar duas vezes", emendou.

Fontes é ainda mais crítico em sua avaliação. "Sou sempre favorável ao afastamento nestas situações. O que este senhor (Sarney) fez na política, em benefício próprio, já é suficiente para ele deixar o cargo. Está envergonhando o partido, e deveria pendurar as chuteiras", disparou.

Apenas Tunico Vieira (São Bernardo) preferiu não opinar. "Há realmente um problema endêmico na Casa, com a existência de coisas a serem corrigidas. Mas a decisão pelo afastamento é muito pessoal, não tenho como opinar. Não teria condição de apontar qual a melhor maneira para ele preservar a sua história política."

Os vereadores concordam somente quando dizem que as atitudes isoladas de um político não devem ser confundidas com a posição do partido.




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