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Possível mudança do Ensino Médio divide opiniões de educadores

Ministério quer substituir atuais 12 disciplinas por quatro grupos mais amplos; proposta será votada até julho

Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
05/05/2009 | 07:39
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A proposta do MEC (Ministério da Educação) de distribuir o conteúdo das atuais 12 disciplinas do Ensino Médio na rede pública em quatro grupos mais amplos começa a dividir opiniões. Enquanto especialistas acreditam que o novo modelo poderá contribuir para um ensino mais integrado, professores temem demissões.

A intenção do governo é estimular as redes estaduais de educação a pensar novas soluções que diversifiquem os currículos com atividades integradoras, a partir de quatro áreas (exatas e biológicas, línguas, matemática e humanas) para melhorar a qualidade da educação e torná-la mais atraente.

O pacote de mudanças inclui, ainda, um aumento das atuais 3.000 para 3.200 horas por ano na grade, e a possibilidade de o estudante escolher 20% de sua carga horária e grade curricular, dentro das atividades oferecidas pela escola.

Neide Noffes, da Faculdade de Educação da PUC-SP , afirma que se o novo modelo vigorar vai permitir que os educadores conversem entre eles para montar a programação de aulas e os alunos façam a articulação dos conhecimentos.

Outra que defende a mudança é educadora Noely Weffort de Almeida, também da PUC-SP. "Nosso currículo é muito dividido, como se fossem várias gavetinhas, e o conhecimento não é assim. Com a mudança haverá um novo olhar, um trabalho integrado."

Há 13 anos na rede pública, um professor de Química de 38 anos que não quis se identificar se posicionou contra a medida, por acreditar que o sistema ficará inviável. "Vamos perder a especificidade das matérias e o ensino ficará superficial. Cada professor teve formação para trabalhar com a sua matéria e vamos esbarrar na capacitação. Haverá risco de demissão."

A previsão é que as propostas sejam votadas pelo Conselho Nacional de Educação até julho. Se aprovadas, as mudanças podem ser adotadas pelas redes estaduais, que têm autonomia para aderir ou não.




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