Nacional Titulo Revogação
Kassab envia projeto para revogar Lei da Mordaça
04/05/2009 | 09:01
Compartilhar notícia


O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (DEM) deve encaminhar este mês à Câmara Municipal projeto de lei que revoga artigo do Estatuto dos Funcionários Públicos do Município que proíbe os servidores de se pronunciarem sobre sua função - a Lei da Mordaça. A norma, criada durante o regime militar, impede, sob pena de inquérito administrativo e até mesmo exoneração, que os funcionários se refiram "depreciativamente em informação, parecer ou despacho, ou pela imprensa, ou por qualquer meio de divulgação, às autoridades constituídas e aos atos da Administração."

A proposta de revogação partiu da Secretaria de Educação. "Foi um compromisso assumido com os professores ainda durante a campanha eleitoral", explica o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider. Os funcionários públicos ligados à Educação sempre foram os que mais se mobilizaram para derrubá-la. No ano passado, numa tentativa de revogar norma estadual idêntica à Lei 8989, a ONG Ação Educativa listou casos em que professores e diretores de escolas relatavam proibições, punições e advertências administrativas aplicadas com base no estatuto do funcionalismo.

Segundo levantamento da ONG, além de São Paulo, outros 17 Estados brasileiros têm a Lei da Mordaça, sendo que em nove deles o dispositivo é posterior à Constituição de 1988, ou seja, após a redemocratização. O secretário municipal de Educação afirma não ter dúvidas de que o projeto da Prefeitura será aprovado pelos vereadores. Diz ainda que, embora a Lei da Mordaça nunca tenha sido usada na gestão Kassab, "sua revogação é necessária para que não haja a possibilidade de que esse dispositivo antidemocrático seja utilizado futuramente". "É incrível que, após 30 anos e seis gestões sob o regime democrático, esse artigo ainda faça parte da legislação municipal", defendeu o secretário.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;