Cultura & Lazer Titulo Autismo
Fiocruz desenvolve exame para diagnosticar autismo

O exame mede as correntes eletromagnéticas no cérebro e verifica ligações entre grupos de neurônio

Da Agência Brasil
04/05/2009 | 07:49
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O Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), desenvolve metodologia para a elaboração de diagnóstico da síndrome de autismo por meio de exames laboratoriais com aparelhos de eletroencefalograma computadorizado.

Já utilizado no diagnóstico de outras síndromes, o exame amplia e mede as correntes eletromagnéticas no cérebro em diversas frequências (de 3 a 27 hertz) e permite verificar as ligações entre os grupos de neurônios. Segundo os pesquisadores da Fiocruz, as vantagens do exame são custo acessível e disponibilidade da tecnologia em vários hospitais e postos de saúde no Brasil.

De acordo com o coordenador da pesquisa, o neurologista infantil Adaílton Tadeu Alves de Ponte, a análise de dados já permitiu verificar que as respostas no hemisfério cerebral direito têm uma amplitude menor que o esquerdo, ou seja, "há uma deficiência de ativação do hemisfério direito em relação ao hemisfério esquerdo, quando se compara com as crianças que não apresentam o mesmo problema."

Segundo o médico, o hemisfério direito está associado às funções socioafetivas, emocionais, de empatia e de percepção do contexto e compreensão social, enquanto o hemisfério esquerdo é mais envolvido com o cálculo e o raciocínio.

Estimativas internacionais mostram que a ocorrência da síndrome pode ser de uma em cada 500 crianças até uma em cada mil crianças. O autismo tem uma incidência maior sobre meninos - 70% das pessoas com autismo são do sexo masculino.

Adaílton Tadeu explica que a ciência ainda não sabe porque ocorre o autismo. O grupo de pesquisa trabalha com a hipótese de que é um fenômeno de causa genética, associada a mecanismos alérgicos não identificados e desenvolvidos ainda no útero, durante a gestação. Esses processos desencadeiam inflamação que altera o desenvolvimento do cérebro e as ligações no hemisfério direito.

Segundo o Ministério da Saúde, há grande variabilidade de sintomas autistas (espectro), sendo possível identificar desde pessoas muito comprometidas até pessoas com alto grau de desempenho e com habilidades especiais (os chamados asperger, em homenagem a um dos descobridores da síndrome).




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