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Obama busca apoio dos europeus para o Afeganistão na cúpula da Otan
Da AFP
03/04/2009 | 08:19
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O presidente Barack Obama chegou nesta sexta-feira a Estrasburgo (leste da França) para uma cúpula pelos 60 anos da Otan, na qual buscará o apoio de seus sócios europeus para os novos planos dos Estados Unidos para o Afeganistão.

Os chefes de Estado e governo presentes na cúpula examinarão a fundo a nova estratégia para o Afeganistão de Obama, que tentará convencer seus aliados a se envolver mais no que representaria a maior missão da história da Otan - e também mais complexa.

A força internacional coordenada pela Aliança Atlântica no Afeganistão, a Isaf, trava desde 2003 uma dura guerra contra os talibãs, que usam o território do vizinho Paquistão como retaguarda segura e estão longe de serem derrotados.

Fontes militares indicaram esta semana que Obama decidirá no segundo semestre deste ano sobre o envio de mais 10 mil soldados para o front afegão, além dos 21 mil já anunciados, que servirão de reforço para o contingente americano atualmente mobilizado no país, que é de 38 mil militares. A Isaf conta atualmente com 60 mil soldados de 42 países.

A principal meta do presidente americano é conseguir se retirar do Afeganistão de cabeça erguida, uma vez erradicada a insurgência e instalada uma democracia estável no país.

A mensagem de Obama, que realiza sua primeira viagem europeia como presidente, foi ouvida na terça-feira em Haia pelos participantes de uma grande conferência internacional sobre o Afeganistão, que prometeram uma melhor coordenação dos aspectos militares e civis no país.

Esta boa vontade pode ser traduzida no anúncio, feito durante a cúpula, do envio de 450 homens por parte de Espanha, França, Itália, Holanda e Portugal para a formação da polícia e da gendarmeria afegãs.

O futuro da Aliança Atlântica também será examinado durante a cúpula de sexta e sábado. O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, já adiantou que a Otan se mostrará muito prudente na hora de aceitar novas missões.

Para Steinmeier, a Otan só deve assumir "novas tarefas se estas trouxerem segurança para a aliança", segundo disse nesta quinta-feira à imprensa alemã. Outro eixo importante da cúpula serão as complicadas relações entre a Otan e Moscou, seriamente afetadas pelo conflito russo-georgiano de agosto de 2008 e pelo projeto do escudo anti-mísseis americano na Europa Central.

Os aliados discutirão ainda a situação no Kosovo, após o polêmico anúncio da retirada das tropas espanholas do território. A cúpula será protegida por forte esquema de segurança. Alliot-Marie reconheceu na quinta-feira que existem "maiores riscos de segurança", tanto "terroristas" quanto extremistas, que "estão estimulando a desobediência civil (em Estrasburgo) através da internet".

Nove mil policiais foram mobilizados para vigiar a pequena cidade francesa, sede do Europarlamento e do Conselho Europeu, onde foram organizadas para o sábado manifestações que devem reunir cerca de 50 mil pessoas.

Centenas de ativistas anti-Otan e a polícia se enfrentaram rapidamente na tarde desta quinta-feira, quando um grupo tentou entrar no centro de Estasburgo. Doze militantes foram detidos.




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