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Vendas diretas crescem 50% na região
Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
23/03/2009 | 07:10
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Nos últimos quatro meses o setor de vendas diretas registrou crescimento de até 50% na região. A ABEVD (Associação Brasileira de Vendas Diretas) justifica o fenômeno como uma alternativa da população ao desemprego. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego, aponta que nos últimos seis meses 17.400 pessoas perderam o emprego na região.

Os principais pontos positivos da venda direta são a possibilidade de início imediato no trabalho e a independência de experiência anterior.

A confecção de lingerie Houseki, de Santo André, é uma das empresas que registrou crescimento na procura por este segmento nos últimos meses. Segundo o empresário da marca, Walter Hideto Nakamura, os ganhos variam entre R$ 500 a R$ 1.500, dependendo da dedicação do vendedor. O empresário, que atua há dois ano no ramo, conta com uma equipe de dez pessoas na linha de produção e 60 revendedores.

"O número de revendedores dobrou desde novembro. atualmente, a maioria das pessoas que vem procurar a empresa estão desempregados e dispostos a ingressa imediatamente no mercado de trabalho", explicou Nakamura.

De acordo com o empresário, a empresa oferece 10% de comissão nas vendas realizadas e toda estrutura para trabalhar com mostruário completo da coleção, catálogos, cartões de visita da empresa, uma pasta com tabela de preços e fichas de pedidos. "Aqui elas não precisam passar por seleção e nem falar outros idiomas para conseguir a vaga, só basta ela ter vontade e acreditar na capacidade", afirmou.

Recém-divorciada e com dois filhos, a assistente administrativa Ana Liz Amari, optou por trabalhar como revendedora de um empresa de cosméticos. "Depois de ficar desempregada em janeiro, precisava de uma fonte de renda imediata. Por isso pensei no negócio. É bom porque não ocupa todo o meu tempo e posso continuar procurando um emprego. Pretendo tornar o trabalho com cosméticos um complemento da minha futura renda", destacou.

SETOR
Os efeitos da crise econômica não foram sentidos no mercado de vendas diretas. É o que revela o balanço anual da ABEVD. De outubro a dezembro de 2008, o setor obteve crescimento real de 8,7%, movimentando R$ 5,5 bilhões. O setor encerra o ano com um contingente de 2 milhões de revendedores ativos pelo Brasil, superando em 7,2% a marca obtida há um ano.

Essa expansão da modalidade paralela ao aumento da venda média de cada revendedor em 6,4% são apontados como os principais fatores a alavancar o resultado do setor.

No último trimestre de 2008, foram comercializados 444 milhões de itens, incluindo produtos e serviços, sendo este um resultado 12,5% superior a igual período do ano anterior. A ABEVD observa ainda a elevação do tamanho da cesta em itens de cada revendedor, o que, de acordo com a associação é um bom resultado para os milhares de revendedores que entraram no setor em 2008.

Nos últimos 12 meses, foram vendidos mais de 1,5 bilhão de itens, um crescimento de 11,3%. Segundo Lírio Cipriani, presidente da ABEVD, o setor tende a ser poupado pela crise no curto e no médio prazo. "Estamos ansiosos para ver os números do 1° trimestre de 2009, mas as vendas diretas não apresentam sinais de impacto diante da crise financeira mundial, talvez pelo fato de não operarmos com base no crédito", analisou Lírio.




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