O deputado federal e ex-ministro Antonio Palocci se esquivou da imprensa paulista ontem, em evento realizado pelo PT em São Paulo, dia em que foi divulgado que ele seria o candidato preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para disputar o governo de São Paulo, no próximo ano.

Mesmo assim, Palocci foi a figura de destaque do evento, organizado, entre outros motivos, para dar apoio oficial à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência da República na eleição de 2010.

Previsto para discursar sobre a crise econômica, durante o seminário "Um Novo Rumo para o PT", Palocci chegou ao local pouco antes do meio-dia. A imprensa, que circulava tranquilamente pelos corredores da Câmara, foi orientada a desobstruir a porta do evento. Houve, inclusive, a tentativa de evitar que jornalistas abordassem o ex-ministro. Nenhum contato acabou por ser feito. Depois de discursar, Palocci saiu por trás do palco, local sem acesso a jornalistas.

No seminário, o ex-ministro fez uma análise da crise financeira internacional e os seus efeitos no País. E somente no final do discurso é que falou, de maneira geral, sobre as eleições de 2010. Palocci afirmou que o debate do pleito será um dos mais importantes da história do País porque o governo Lula, segundo ele, mudou os paradigmas brasileiros. "O desafio para o Brasil não é mais a estabilidade. A crise mostrou que isso é coisa do passado e devemos recusar, portanto, um debate rebaixado", defendeu.

CONCORRÊNCIA? - No mesmo evento, realizado na Câmara de São Paulo, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) manifestou total apoio a uma eventual candidatura de Palocci ao governo. Mas não descartou a hipótese de ela mesmo concorrer ao cargo caso haja qualquer impedimento ao nome do ex-ministro.

"Se o Palocci não for candidato, aí vamos ver. Não é que eu vá ser candidata, mas vou avaliar a questão", argumentou, para logo depois ser evasiva ao ser indagada sobre se o futuro político dela dependeria da definição de Palocci, "Sim e não."

Marta não considera que o assunto sobre uma possível preferência de Lula a Palocci, neste momento, traga constrangimento a outros potenciais candidatos. "Não estou constrangida porque também sou uma das que acham que o Palocci seria um bom candidato. Existe um certo consenso do PT entre os nomes que poderiam ser candidatos mais fortes e o Palocci, agora, parece ser o nome mais interessante para todos nós."